Lula faz cobrança pública ao Ministério da Previdência após aumento da fila do INSS

Lula faz cobrança pública ao Ministério da Previdência após aumento da fila do INSS

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não gostou dos números que indicam um aumento no tamanho da fila do INSS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parece não ter gostado dos novos números divulgados recentemente pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo os dados, a fila de espera para entrada em benefícios vem crescendo desde o início do ano e já atinge quase 2 milhões de pessoas.

O presidente Lula disse que deverá realizar nesta terça-feira (11) uma reunião com os Ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT) e da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT). Além disso, participará do encontro o novo presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. A ideia é encontrar um plano concreto para tentar reduzir o tamanho do problema.

“Se é falta de funcionário, a gente tem que contratar funcionário. Se é falta de competência, a gente tem que trocar quem não tem competência”, disse Lula, sem citar nomes. Reduzir a fila de espera do INSS foi uma das principais promessas de campanha do presidente nas eleições do ano passado.

“Essa semana vou ter uma reunião com o ministro da Previdência e com o ministro da Fazenda. Primeiro quero saber se (o aumento da) fila é porque não tem dinheiro para pagar os aposentados e por isso que demora. O Bolsonaro fez isso no governo passado. Segundo, quero saber se é falta de funcionário”, seguiu o presidente.

“Porque nós já provamos uma vez que a gente pode zerar a fila. Zerar a fila para benefícios, para auxílio maternidade, para aposentadoria, para perícia médica, a gente conseguiu zerar tudo isso”, completou ele.

Preocupação com o lado fiscal

Uma das grandes preocupações em relação ao tamanho da fila de espera vem do Ministério da Fazenda. Reduzir a lista de espera significa necessariamente aumentar o número de segurados. Por consequência, este movimento significaria mais aumento de gastos, justamente em um momento em que a ala econômica quer reduzir as despesas e elevar a arrecadação.

Sobre este assunto, Lula disse que o Governo precisa ser claro com a população. “Não há nenhuma explicação a não ser ‘eu não posso aposentar, porque eu não tenho dinheiro para pagar’. Se for isso, a gente tem que ser muito verdadeiro com o povo e dizer por que que tem essa fila”, disse o petista.

Lula faz cobrança pública ao Ministério da Previdência após aumento da fila do INSS
Fernando Haddad está preocupado com questão fiscal. Imagem: Valter Campanato/ Agência Brasil

Troca no INSS

Vale lembrar que, recentemente, o Governo Federal confirmou a troca no comando do INSS. Alessandro Stefanutto assumiu o cargo depois da saída de Glauco André Wamburg, que foi exonerado em um contexto de aumento do tamanho da fila de espera registrado nos últimos meses.

Mas o aumento da lista de espera não foi a única polêmica envolvendo Wamburg. Reportagens publicadas por jornais como O Estado de São Paulo e Metrópoles revelaram que a sua gestão estava cercada de suspeitas de mau uso de passagens aéreas diárias.

A lista de espera do INSS

Dados mais recentes divulgados pelo INSS mostram que 1.197.750 pessoas aguardam análise administrativa dos seus pedidos de entrada no Instituto. Ao mesmo passo, 596.699 pessoas estão aguardando a realização da perícia médica.

Hoje, a média de espera para o recebimento de um determinado benefício do INSS varia de acordo com o auxílio e até mesmo com a região em que o cidadão reside. Mas em vários casos, o indivíduo precisa esperar por vários meses até conseguir uma resposta da autarquia, seja ela positiva ou não.

  • 36% dos requerimentos estão dentro do prazo legal de 45 dias para resposta;
  • 24% entre 46 dias e 90 dias aguardando resposta;
  • 27% esperando entre 91 e 180 dias;
  • 11% entre 181 e 365 dias;
  • 2% acima de um ano.

O Ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT) classificou como vergonhosa a ideia de que uma parcela da população esteja esperando por uma resposta do INSS há mais de um ano. Os números oficiais mostram que os cidadãos que estão passando por esta situação fazem parte de uma minoria, mas ainda assim os casos preocupam.

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