Juros compromete quase 12% da renda dos brasileiros

Juros compromete quase 12% da renda dos brasileiros

Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) 11,79% da renda das famílias brasileiras foram comprometidas com juros no primeiro semestre deste ano. O estudo constatou que em seis meses, as famílias gastaram o equivalente a 73% do Auxílio Emergencial pago em 2020 com juros.

De acordo com Altamiro Carvalho, assessor econômico da FecomercioSP, o gasto com juros é o segundo maior responsável pelas despesas da população.  “O juro é disseminado nas despesas de uma forma que as pessoas não têm consciência do volume que esse recurso representa no orçamento doméstico” disse.

Também foi constatado pelo estudo que o Auxílio Emergencial distribuído pelo governo federal durante a pandemia de Covid-19, poderia incentivar ainda mais o consumo das famílias brasileiras, beneficiando diversos setores da economia. Apesar disso, o auxílio foi muito comprometido pela quitação destas taxas de juros.

“Se metade disso [montante de juros] não tivesse sido pago, você injetaria na economia recursos para consumo das famílias, daria condições de consumo, de uma forma muito impactante que poderia, obviamente, estimular a produção, iria para a indústria, iria girar o nível da atividade econômica como um todo”, disse Carvalho.

Inadimplência está controlada

Apesar do índice de juros ser bastante alto, a FecomercioSP informou que a inadimplência entre as famílias brasileiras está controlada. Segundo o estudo, o valor dos empréstimos atrasados a mais de 90 dias teve uma queda de 14,4% no primeiro semestre de 2021, totalizando R$ 54,4 bilhões. Nos primeiros seis meses de 2019 a taxa de inadimplência no país era de 4,8%. Em 2020 o valor alcançou 5,3%.

A federação ainda pontuou que em relação ao crédito no período analisado, tanto as concessões quanto o saldo para pessoa jurídica tiveram um avanço. As concessões tiveram um avanço anual de 1,2%, já o saldo avançou 5,1%.

“O ritmo, no entanto, foi menor que o registrado em 2020, quando a alta das concessões foi puxada pelas grandes empresas, que, em razão da assimetria de informações e da maior facilidade na obtenção do crédito em relação às pequenas, se anteciparam e reforçaram o caixa no primeiro trimestre do ano” disse em nota a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo.

FecomercioSP fala sobre a necessidade de rever juros no país

Para a FecomercioSP, é importante que exista um controle fiscal e medidas que reformem a atual estrutura e cobranças de juros no país. A federação ainda pontuou que minimizar o problema faz com que a sociedade continue pagando quase 8% do PIB semestral em juros.

“O crédito no Brasil impõe um custo elevado tanto para os lares como para as empresas, retirando da sociedade quase 8% do PIB semestral, a título de pagamento de juros. Os valores historicamente altos no País são consequência direta do desequilíbrio das contas públicas, geradoras de déficits anuais expressivos que inflam uma dívida crescente e gigantesca a ser financiada diariamente no mercado, com taxas mais caras pelo risco de descontrole” disse em nota.

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