Os juros bancários médios do país caíram em 2023, após atingirem no ano anterior o maior patamar em seis anos. De acordo com o Banco Central (BC), a taxa média de juros com recursos livres de pessoas físicas e empresas chegou a 40,8% ao ano em 2023.
A saber, a taxa ficou 1,0 ponto percentual (p.p.) menor que a de 2022, aliviando um pouco a vida dos brasileiros. Entretanto, vale destacar que o nível dos juros continua muito elevado no país, reduzindo o poder de compra da população.
Na comparação com novembro, a taxa caiu ainda mais (-1,1 p.p.), visto que os juros cresceram no primeiro semestre de 2023, mas passaram a cair na segunda metade do ano. A propósito, a taxa de juros chegou a subir para 45% ao ano em maio, mas perdeu força até fechar o ano em 40.8%.
A propósito, este foi o sétimo mês consecutivo de queda dos juros bancários no Brasil. Ainda assim, a taxa ainda continua elevada, comprometendo o orçamento de muitas pessoas.
A propósito, o Banco Central (BC) divulgou os dados nesta terça-feira (6). Em suma, o indicador da entidade financeira não inclui os créditos habitacional, rural e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Juros caem para pessoas físicas
Segundo o BC, a taxa média de juros cobrada nas operações com empresas alcançou 21,1% ao ano em 2023. Isso representa uma redução de 1,9 p.p. na comparação com dezembro de 2022, quando a taxa encerrou o ano em 23% ao ano.
Por sua vez, os juros médios cobrados nas operações com pessoa física caíram um pouco menos no ano (-1,5 p.p.), na comparação com a variação registrada nas operações com empresas.
Isso fez a taxa média de juros passar de 55,7% ao ano em 2022 para 54,2% ao ano em 2023. Aliás, o recuo dos juros médios das operações com empresa e com pessoa física foram menores que a redução da taxa Selic no ano passado.
BC reduz juros no Brasil em 2023
A saber, os juros bancários caíram no país em 2023 devido aos cortes na taxa Selic. Em suma, o Banco Central reduziu em 2,0 pontos percentuais a taxa básica de juro da economia em 2022, de 13,75% para 11,75% ao ano.
Em outras palavras, a taxa de juros bancários caiu menos que a taxa Selic, mas a expectativa é que haja mais reduções da taxa média de juros com recursos livres em 2024, tanto para empresas quanto para pessoas físicas.
Para quem não sabe, a Selic é o principal instrumento do BC para segurar a inflação no país. A queda da Selic puxa consigo os juros praticados no país, aliviando um pouco o bolso dos consumidores, uma vez que o aumento dos juros reduz o poder de compra do consumidor e desaquece a economia.
Em síntese, o BC eleva a taxa Selic para segurar a inflação, visto que a demanda fica enfraquecida. Isso acontece porque os juros de diversos setores, como o bancário e o imobiliário, também sobem. Com isso, o consumidor se vê obrigado a modificar seus hábitos, reduzindo o consumo, que, consequentemente, desacelera a atividade econômica do país.
Como a taxa básica de juro da economia brasileira caiu em 2023, as operações de crédito para empresas e pessoas físicas também reduziram. Significa que os consumidores tiveram um ano mais tranquilo, e isso também deve se repetir em 2024, com os analistas acreditando em mais reduções da Selic.
Inadimplência cresce no país em 2023
Embora os juros bancários tenham recuado no país em 2023, a taxa de inadimplência seguiu o caminho contrário, subindo 0,3 p.p. no ano. O BC revelou que a taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito fechou o ano passado em 3,3%, levemente acima do patamar observado no final de 2022 (3,0%).
A taxa média do país cresceu por causa das operações com empresas. Isso porque a inadimplência para esse segmento avançou de 1,7% no final de 2022 para 2,7% no final de 2023. Esse cenário reflete as dificuldades das empresas do país em honrar seus compromissos financeiros, apesar da redução dos juros no período.
Por outro lado, a taxa de inadimplência entre as pessoas físicas caiu em 2023, ajudando a limitar a alta da taxa média nacional. Segundo o BC, as operações com pessoas físicas registraram uma taxa de inadimplência de 3,7% no final do ano passado, abaixo da taxa registrada em dezembro de 2022 (3,9%).