IPCA-15: energia elétrica pesa no bolsa e puxa alta de 0,28% da prévia da inflação em agosto

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15) é um indicador que mede a prévia da inflação oficial brasileira. No mês de agosto, o índice registrou uma alta de 0,28%, revertendo a deflação observada em julho. Essa variação ficou acima das estimativas dos agentes financeiros, que esperavam um índice de 0,16%. Além disso, a taxa acumulada em 12 meses subiu para 4,24%, superando a leitura anterior de 3,19% e também as projeções do mercado, que estimavam um avanço de 4,12% nesse período.

O Impacto da Conta de Energia Elétrica Residencial

O aumento da conta de energia elétrica residencial foi o principal responsável pela alta no IPCA-15. De acordo com a pesquisa do IBGE, esse aumento se deve ao fim da incorporação do Bônus de Itaipu, que foi creditado nas faturas do mês anterior. Em julho, a redução nos preços da energia elétrica residencial tinha sido o principal impacto negativo no índice, devido ao crédito do Bônus de Itaipu.

Além disso, reajustes foram aplicados na conta de energia em três capitais brasileiras. Curitiba teve um aumento de 9,68%, Porto Alegre teve um aumento de 5,44% e São Paulo registrou um aumento de 4,21%. Esses reajustes contribuíram significativamente para a alta no IPCA-15.

Os Fatores que Impulsionaram o IPCA-15

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a maior influência para a alta do IPCA-15 em agosto veio do grupo habitação, com uma contribuição de 0,16 ponto percentual. Em seguida, os grupos saúde e cuidados pessoais, e educação também exerceram impacto no índice geral, com contribuições de 0,11 p.p. e 0,04 p.p., respectivamente.

No grupo habitação, o maior impacto foi causado pelo aumento no preço da energia elétrica residencial, que subiu 4,59% e contribuiu com 0,18 p.p. para o índice. Esse aumento foi influenciado principalmente pelo fim da incorporação do Bônus de Itaipu, que era creditado nas faturas emitidas no mês anterior.

Já no grupo saúde e cuidados pessoais, a alta se deve aos itens de higiene pessoal, que tiveram um aumento de 1,59% em agosto, após uma queda de 0,71% em julho. Os produtos para pele e perfumes foram os principais responsáveis por essa alta.

No grupo educação, os cursos regulares tiveram um avanço de 0,74%, principalmente devido aos subitens creche e ensino superior.

Alívio nos Preços dos Alimentos

Por outro lado, o grupo alimentação e bebidas registrou uma deflação de 0,65% em agosto, sendo que a maior queda ocorreu nos preços dos alimentos no domicílio (-0,99%). Destacam-se as baixas nos preços da batata-inglesa (-12,68%), do tomate (-5,60%), do frango em pedaços (-3,66%), do leite longa vida (-2,40%) e das carnes (-1,44%). Já as frutas apresentaram alta de 1,42%.

No que diz respeito à alimentação fora do domicílio, houve uma desaceleração em relação ao mês anterior, passando de 0,46% para 0,22%, principalmente devido à redução no preço do lanche.

Variação nos Preços dos Transportes

O grupo transportes teve uma variação de 0,23% em agosto. Esse resultado foi influenciado pelo aumento nos preços dos automóveis novos, que subiram 2,94%. Já nos combustíveis, houve alta nos preços da gasolina (0,90%) e do gás veicular (1,88%), mas queda no preço do óleo diesel (-0,81%) e do etanol (-2,55%).

Um destaque importante é a queda significativa nos preços das passagens aéreas, que registraram uma deflação de 11,36% em agosto, após uma alta de 4,70% em julho. Essa redução contribuiu para aliviar o impacto da inflação no setor de transportes.

A prévia da inflação medida pelo IPCA-15 em agosto foi impulsionada principalmente pelo aumento no preço da energia elétrica residencial, além das altas nos grupos saúde e cuidados pessoais, e educação. Por outro lado, os preços dos alimentos no domicílio apresentaram queda, assim como os preços das passagens aéreas.

Esses dados reforçam a importância de acompanhar de perto os índices de inflação, pois eles refletem o impacto dos preços no poder de compra dos consumidores. Para os próximos meses, é fundamental observar as tendências desses grupos e como eles podem influenciar a inflação geral do país.

Lembrando que o IPCA-15 é uma prévia da inflação oficial, sendo utilizado como um indicador antecedente do IPCA, que é o índice de inflação utilizado pelo Banco Central para cumprir a meta estabelecida pelo governo.

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