A Câmara Federal aprovou a convocação do ministro do Trabalho e Previdência, José Carlos Oliveira, para a prestação de esclarecimentos sobre a greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A paralisação dos trabalhadores começou oficialmente no dia 23 de março e já começa a ter impacto na vida dos segurados.
A convocação foi oficialmente aprovada pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados ainda nesta terça-feira (10). O requerimento foi solicitado pelo deputado federal Bira do Pindaré (PSB-MA). Ele lembrou que a categoria está parada há mais de 30 dias em algumas regiões do país.
O requerimento de convocação prevê que o Ministro apareça para prestar esclarecimentos no próximo dia 31 de maio. Entretanto, o próprio deputado Bira do Pindaré disse em entrevista que precisa antecipar a convocação para uma data mais próxima. Há uma movimentação para que a reunião seja antecipada para o dia 24 de maio.
O deputado disse ainda que a convocação do Ministro não tem relação com nenhum tipo de pressão sobre os trabalhadores. Segundo o parlamentar, a ideia seria tentar entender o porquê de o Governo Federal ainda não ter chegado em um acordo com os servidores do INSS para pôr fim ao período de greve até este momento.
“Nessa sessão foram ditos números que divergem (sobre a fila de espera para a perícia e para a concessão do benefício previdenciário), mas o que sabemos é que há brasileiros na fila do INSS que não conseguem ser atendidos pelo desmonte desse país”, disse o deputado ao criticar o governo do presidente Jair Bolsonaro.
O que os servidores pedem
A greve dos servidores públicos do INSS acontece há mais de um mês em algumas regiões do país. Ela não acontece de modo uniforme. De modo que algumas cidades iniciaram as paralisações em datas diferentes. Alguns municípios não aderiram ao movimento até agora.
De toda forma, mesmo que a greve não tenha um caráter uniforme em relação ao período de paralisação, os motivos apresentados pelos servidores são basicamente os mesmos. Em geral, eles pedem por um reajuste nos seus salários e melhorias nas condições de trabalho.
Há pouco mais de duas semanas, o Governo Federal ventilou a possibilidade de dar um reajuste linear de 5% para todos os servidores públicos federais. No entanto, a proposta ainda não foi encarada positivamente pelos grevistas.
Greve do INSS atrapalha os serviços
Segundo dados do INSS, desde o início da greve dos servidores do Instituto, a fila de espera para atendimento na autarquia não parou de crescer. Estima-se que mais de 1 milhão de cidadãos aguardem por uma perícia médica, por exemplo.
Vale lembrar que peritos médicos também aderiram ao movimento grevista dos servidores, que começou apenas com os trabalhadores de agências. Assim, o período médio de espera dos cidadãos também aumentou.
A direção do INSS afirma que segue em negociações com as categorias trabalhistas. Na última semana, o vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos), disse que os servidores precisam entender “que não há dinheiro para o aumento”. Ainda não há previsão para o fim da greve.