INSS deve usar biometria para evitar vazamento de dados

INSS deve usar biometria para evitar vazamento de dados

O INSS está pensando em usar tecnologia biométrica para confirmar pedidos de empréstimo consignado, feito por aposentados ou pensionistas. A ideia tem o intuito de evitar que instituições financeiras façam empréstimos consignados a aposentados e servidores públicos que não solicitaram o serviço.

O uso da biometria foi proposto por Leonardo Rolim, presidente do INSS. O anúncio foi feito durante audiência na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. A audiência discutia o vazamento de informações do INSS.

Segundo Rolim, “o INSS estuda a possibilidade de utilizar tecnologia de confirmação biométrica que já é usada para a prova de vida, para que o aposentado pensionista confirme o empréstimo consignado”.

Além disso, o presidente do INSS admitiu que o vazamento de informações do instituto contribui para esse tipo de problema com empréstimos consignados. Rolim completou dizendo que o INSS tomou medidas para evitar o ocorrido, criando até uma startup.

“Criamos uma startup com especialistas em segurança da informação para que isso não ocorra. Estamos fazendo uma série de medidas dentro do INSS para evitar o vazamento, como a dupla autenticação para acesso aos nossos sistemas, o que impede que uma pessoa que tenha apenas uma senha consiga acessar a conta do INSS. E estamos implementando outras medidas, como coibir robôs que não sejam oficiais do INSS, ou seja, sistemas que fazem varreduras na base de dados.”

Vazamento de informações do INSS

Existem 3 possibilidades de vazamento de dados do INSS, segundo Rolim. Confira a seguir:

  1. Primeiramente, é possível que ocorra com a instituição financeira que paga o determinado benefício do INSS. “Por si só, isso não é um vazamento, mas o que tem de ser discutido é a questão de se isso está sendo feito de acordo com as normas”, afirmou Rolim.
  2. Além disso, o vazamento pode ocorrer devido a um empréstimo feito anteriormente pelo aposentado ou pensionista. Deste modo, a instituição passa a ter acesso aos seus dados, e fica assediando a pessoa. Segundo Rolim, esse caso é o mais comum.
  3. Por fim, a terceira possibilidade é de vazamento real dos dados, quando informações pessoais do usuário caem nas mãos de criminosos.

O assédio para realizar um empréstimo é um dos maiores problemas do INSS atualmente. Ainda segundo Rolim, o assédio a empréstimos não solicitados gera a maior parte das reclamações que o INSS recebe. Ademais, o instituto corresponde a 1/3 do mercado de consignado brasileiro.

“Os servidores recebem assédio para empréstimo consignado quase diariamente. Esse é um problema que temos que atacar. Tanto o assédio quanto as operações indevidas, geralmente, ocorrem de correspondentes bancários. Precisamos avançar nessa área. É aí onde está a maior fragilidade desse setor”, completou Rolim.

Reclamações crescentes

Segundo o chefe adjunto do Departamento de Supervisão de Conduta do Banco Central, Francisco José Barbosa da Silveira, o número de reclamações por assédio desse tipo é crescente. “Infelizmente, no quarto trimestre de 2020, detectamos um aumento expressivo no número de reclamações relativas ao consignado, decorrentes do aquecimento desse mercado a partir da liberação da margem adicional de 5% em 1º de outubro”, disse.

Além disso, Silveira disse que caso o aposentado ou pensionista do INSS não reconheça ou desista do empréstimo, cabe a instituição cancelar o processo. O cancelamento deve ocorrer sem qualquer custo para o cliente.

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