Inflação: veja a comparação do poder de compra no Brasil
Em abril, a prévia da inflação oficial do Brasil, que por sua vez é medida pelo IPCA-15, acumulou alta de 12,03% em 12 meses. Este avanço na inflação faz com que os preços no mercado se tornem cada vez mais exorbitantes, prejudicando a população mais necessitada.
Entre os itens que mais subiram neste período de inflação, a cenoura leva o troféu, com alta de 195%. Além da cenoura, o tomate e a abobrinha completam o pódio, subindo 117,48% e 86,83%, respectivamente. Com isso, é possível observar que o real tem valido cada vez menos, já que a população consegue colocar cada vez menos compras no carrinho do mercado
Principais fatores para essa alta
As variações de preços dos produtos da cesta básica aconteceram por diversos motivos além da inflação, informou o Procon-SP. Entram nos fatores do aumento: excesso ou escassez na oferta, ou demanda, preços de commodities, variações do câmbio, formação de estoques e desoneração de tributos, além de questões sazonais e climáticas.
A batata, é um exemplo claro, no qual saltou de R$ 4,80 o quilo para R$ 6,35 entre os 12 meses, essa foi afetada pelo excesso de chuvas, que “provocou tanto a diminuição da colheita como a quebra de produtividade em algumas das regiões produtoras”, diz o relatório do Procon.
Tomate, açúcar e feijão também sofreram com a inflação e com a diminuição da área de produção. Para o açúcar, também contribuiu a maior demanda por etanol. Por outro lado, os preços de ovos e frango subiram porque os custos de produção aumentaram, sobretudo devido à valorização do milho e do farelo de soja.
Impactos da inflação nos custos de mercado
A seguir podemos ver o impacto da inflação nos preços divulgados por uma parceria entre o Procon-SP e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Veja na tabela abaixo o levantamento de preços dos produtos básicos em reais nos anos de 2020, 2021 e 2022:
Produto | 2020 | 2021 | 2022 |
Arroz – 5kg | 13,37 | 22,65 | 19,21 |
Feijão Carioca – kg | 5,75 | 6,99 | 7,42 |
Café em pó – ½ kg | 6,92 | 8,09 | 14,49 |
Ovos brancos – dúzia | 7,28 | 8,45 | 9,58 |
Leite UHT – litro | 2,95 | 3,50 | 4,17 |
Carne de primeira – kg | 28,28 | 39,58 | 43,63 |
Sabão em pó | 6,21 | 7,33 | 8,75 |
Papel higiênico | 3,93 | 4,56 | 5,33 |
Creme dental | 2,68 | 3,00 | 3,48 |
Batata – kg | 4,50 | 4,80 | 6,35 |
Frango – kg | 7,71 | 8,67 | 10,60 |
Pão francês | 12,18 | 12,88 | 14,67 |
Açúcar – 5kg | 12,48 | 14,49 | 21,21 |
Limpador multiuso | 2,96 | 3,08 | 3,62 |
Óleo de soja | 3,87 | 7,31 | 9,29 |
Farinha de trigo – kg | 3,08 | 3,66 | 4,46 |
Margarina | 2,13 | 2,56 | 3,26 |
Total | R$ 126,28 | R$ 161,60 | R$ 189,52 |
Com isso, podemos observar como a alta da inflação afeta diretamente o poder de compra dos brasileiros. Em 2022, o poder de compra comparado a 2021 é quase 70% menor, isso na compra dos mesmos produtos.