Ibovespa SOBE em meio a otimismo com inflação e juros mais baixos

O Ibovespa subiu pelo terceiro pregão seguido, atingindo o maior patamar em 15 dias. Na sessão desta quarta-feira (13), o indicador avançou novamente graças ao otimismo trazido pelos dados da inflação no Brasil, que vieram mais fracos que o esperado.

Do cenário internacional, o que repercutiu foi a divulgação da inflação nos Estados Unidos. Aliás, todas as informações sobre inflação são muito importantes para o mercado de ações, pois influenciam diretamente a taxa de juros dos países e, consequentemente, a atratividade da renda variável, da qual o Ibovespa faz parte.

No pregão de hoje, o Ibovespa subiu 0,18%, a 118.176 pontos. Esse é o maior patamar para o indicador desde o dia 29 de agosto (118.403 pontos), ou seja, em 15 dias. Com o acréscimo deste resultado, o indicador passou a acumular alta de 2,10% em setembro, resultado bem melhor que o de agosto, quando caiu mais de 5%.

No acumulado de 2023, o Ibovespa reserva ganhos de 7,50%, o que evidencia a força do mercado acionário nos primeiros meses deste ano. O indicador chegou a acumular alta de mais de 11% entre janeiro e julho, mas caiu em 18 dos 23 pregões realizados em agosto, eliminando boa parte dos ganhos.

Inclusive, o Ibovespa chegou a cair por 13 pregões consecutivos em agosto, maior sequência de quedas já registrada na história. No entanto, as perdas acumuladas no mês chegaram a “apenas” 5,1%, queda considerada pequena para a quantidade de sessões no campo negativo.

Inflação nos EUA vem em linha com projeções

Nesta quarta-feira (13), o dado mais importante para o mercado de ações foi a inflação nos Estados Unidos, que subiu 0,6% em agosto, em linha com as estimativas do mercado. Esse dado ajudou a manter o otimismo dos investidores em alta, fator que impulsionou o Ibovespa na sessão.

Em síntese, o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, vai se reunir na próxima semana para definir a política monetária do país. Atualmente, a taxa de juros está no maior patamar em mais de 20 anos, e o Fed não descartou a possibilidade de aumentar ainda mais os juros.

Os investidores torcem para que os juros não subam no país, pois, quanto mais altos os juros estiverem, mais enfraquecida fica a economia norte-americana. Isso acontece porque o crédito fica mais caro e o custo de vida mais elevado, cenário que faz os consumidores gastarem menos, resultando no esfriamento da atividade do país.

Além disso, quanto mais fraca a economia norte-americana estiver, mais pessimista fica o mercado. Como os EUA são a maior economia do planeta, seus resultados impactam todo o mundo e pode até mesmo provocar um encolhimento econômico global.

No entanto, como a inflação veio em linha com as projeções, é provável que o Fed não precise elevar os juros para controlar a taxa inflacionária, ao menos em teoria. E esse otimismo fez os investidores buscarem ativos de risco em países emergentes, como o Brasil. O resultado foi a terceira alta consecutiva do Ibovespa.

Inflação e juros mais baixos nos EUA atraem capital para o Brasil e fortalecem Ibovespa
Inflação e juros mais baixos nos EUA atraem capital para o Brasil e fortalecem Ibovespa. Imagem: Pixabay.

Inflação no Brasil também ajuda Ibovespa

Na véspera (12), a sessão ficou marcada pela repercussão dos dados inflacionários do Brasil. Em resumo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCAsubiu 0,23% em agosto, acelerando em relação ao mês anterior, quando a taxa avançou 0,12%.

Embora tenha acelerado, o que repercutiu entre os analistas foi a alta ser mais leve que o esperado. A saber, o mercado estimava uma inflação de 0,28% em agosto, mas a taxa veio mais fraca, aumentando o otimismo dos investidores. A propósito, o IPCA é a inflação oficial do Brasil.

Em suma, o termo inflação se refere ao aumento geral nos preços de bens e serviços em uma economia. Assim, quando a taxa inflacionária sobe, o dinheiro passa a comprar menos bens e contratar menos serviços, pois o aumento da inflação reduz o poder de compra do consumidor.

Para controlar a taxa inflacionária, o Banco Central (BC) eleva os juros no país, visando reduzir o poder de compra do consumidor. Como o crédito fica mais caro, a economia tende a desacelerar, e isso ajuda a controlar a inflação.

Contudo, os juros mais elevados aumentam a rentabilidade da renda fixa. Isso faz os investidores migrarem da renda variável, da qual o Ibovespa faz parte, para a renda fixa.

Quando ocorre o contrário e os juros caem, a renda variável se torna mais atraente. Não pelo fato de que os juros baixos aumentam a rentabilidade da renda variável, mas porque reduzem a atratividade da renda fixa.

Portanto, os investidores torcem para que o BC reduza cada vez mais os juros no Brasil, o que tende a trazer mais capital para as ações do Ibovespa, fortalecendo a Bolsa Brasileira. Aliás, no início de agosto, o BC promoveu o primeiro corte dos juros no país em três anos, e a expectativa é de mais reduções nos próximos meses

45 das 86 ações do Ibovespa sobem na sessão

Na sessão de hoje (13), 45 das 85 ações listadas no Ibovespa subiram, enquanto 36 papéis caíram e cinco ficaram estáveis. Esse resultado mostra que houve equilíbrio entre as altas e quedas no dia. Por isso que o indicador não subiu de maneira expressiva no pregão.

Inclusive, existem duas empresas muito importantes para o Ibovespa, que concentram mais de um quarto das ações listadas na carteira teórica mais famosa do país. E os investidores ficam atentos a estas empresas para saber se o indicador vai subir ou cair na sessão. Entretanto, nem sempre estas ações definem o resultado do índice, e foi justamente isso o que aconteceu hoje.

A primeira empresa é a mineradora Vale, cujas ações respondem por cerca de 15% da carteira do Ibovespa. Nesta quarta-feira (13), os papéis da mineradora caíram 0,38%, influenciando negativamente o indicador, mas não conseguiram puxá-lo para o campo negativo.

Já a segunda empresa é a Petrobras, cujos papéis respondem por cerca de 11,6% da carteira do Ibovespa. Hoje, as ações ordinárias (ON) caíram 1,30%, enquanto os papéis preferenciais (PN) tiveram queda de 1,49%.

Em síntese, os acionistas preferenciais não têm qualquer controle ou poder de decisão sobre o futuro da empresa. No entanto, os acionistas ordinários podem exercer algum controle sobre a empresa.

Por fim, a carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 17 bilhões nesta sessão, montante 19% abaixo da média dos últimos 12 meses.

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