Nesta sexta-feira (10), o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que a inflação do país está em um patamar mais elevado do que o esperado. Nesta semana, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) informou que o IPCA, que mede a inflação oficial no país, acumula alta de 9,68% nos últimos 12 meses.
“Quando falamos em inflação, acho que estamos no pior momento. Cerca de 9%, mas acho que terminaremos o ano em 7,5% ou 8%, porque ainda temos alguns avanços a fazer é reduzir impostos e itens importados”, estimou o ministro Guedes em participação em evento virtual do Credit Suisse, com investidores estrangeiros.
Mesmo assim, na avaliação do ministro, a equipe econômica será bem sucedida em conter a inflação ainda neste ano. Isto porque os gatilhos fiscais e a autonomia do Banco Central, que são planos da equipe econômica, já foram aprovados. “Nossa expectativa é que dezembro do ano que vem nós teremos inflação de 4%, que é o topo da curva”, comentou.
Guedes ainda reforçou que a recuperação econômica em V já é um fato presente no país. No entanto, o desafio agora é transformar isso em um crescimento sustentável baseado em investimentos. “Esperamos desaceleração da retomada. Agora, batalhamos para transformar a recuperação cíclica em sustentável”, completou.
Segundo o ministro, a estimativa é de que a equipe econômica do governo Bolsonaro terminará a gestão até 2022 gastando menos do que em 2019, quando foi assumido. “Deixaremos a dívida em 77% ou 78% do PIB. Estamos muito comprometidos com o fiscal e vamos lutar até o último momento”, acrescentou.
Guedes fala sobre o problema dos precatórios
No mesmo evento, Paulo Guedes afirmou que conversas com o Supremo Tribunal Federal (STF) e os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado serão retomadas a partir de segunda-feira (13). Nesse sentido, as conversas são necessárias para que o governo possa resolver o problema dos precatórios no Orçamento do ano que vem.
Dessa maneira, Guedes afirmou que esta é a prioridade do governo federal no momento. E, além disso, disse que a declaração do presidente Jair Bolsonaro na véspera como forma de pacificação com os Poderes “colocou tudo de volta em seu lugar”. “Primeira (prioridade) é o meteoro, é o precatório, a bomba judiciária. Vamos falar com o STF, com o Congresso, imediatamente na segunda-feira”, disse Guedes.
Guedes ainda destacou que o governo precisa de previsibilidade e capacidade de execução orçamentária. No entanto, para isso, será necessário encontrar uma saída para a conta de 89,1 bilhões de reais em precatórios de 2022. Como são gastos de caráter obrigatório, essas despesas acabam retirando espaço, sob a regra do teto, para outros gastos do governo.
Outras afirmações do ministro
Guedes ainda fez outras afirmações a respeito do teto de gastos do governo e mais informações sobre o problema dos precatórios. Sendo assim, com a benção do ministro, a equipe econômica também estava contando com a chamada solução CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para o problema dos precatórios.
Ademais, após lidar com o desafio dos precatórios, o governo dará foco à reforma tributária, sublinhou Guedes. O ministro expressou confiança na aprovação pelo Senado das mudanças no Imposto de Renda que já receberam sinal verde na Câmara, incluindo a tributação sobre dividendos e a redução da carga tributária sobre as empresas.