Com a alta dos combustíveis que foi anunciada na última sexta-feira (11) pela Petrobras, também devemos presenciar uma maior pressão no preço dos alimentos a partir dos próximos meses, aliado à crise instaurada na Ucrânia que acaba aumentando a inflação no mundo todo.
Os preços dos combustíveis e de alimentos como o café devem seguir pressionando o custo de vida ao longo do ano. Também na sexta-feira (11), o IBGE divulgou o resultado da inflação do mês de fevereiro, com um aumento de 1,05% e que foi o maior do mês desde 2015. Nos últimos 12 meses, a alta é de 10,54%.
O mercado financeiro já está projetando uma nova faixa de inflação para até o final do ano. A estimativa do BC era de uma inflação de 5%, porém já estamos próximos de chegar ao patamar de 6% a 7% com o recente aumento de preços de produtos essenciais, como alimentos.
Altas exorbitantes do preço dos alimentos
O que mais segue pressionando o custo de vida é justamente o aumento do preço dos alimentos, que somente no caso da cenoura já ultrapassa os 80% nos últimos 12 meses. O preço do combustível acumula um avanço de 32,62% no país desde 2021 e o diesel teve um avanço ainda maior, de 40,54%.
Infelizmente essa situação de inflação só tende a piorar: isso porque os dados ainda não refletem a última alta dos preços da gasolina, assim como no diesel e no gás de cozinha, que entraram em vigor apenas na sexta-feira (11). Além do reflexo direto nas bombas dos postos e do preço do botijão, esse aumento vai se espalhar por vários setores da economia.
Itens que mais subiram de preço nos últimos 12 meses
Entre os itens que lideram o aumento de preço dos últimos 12 meses, a cenoura ocupa de forma disparada a primeira posição com uma subida de 83,42%, seguida do café moído com 61,19% e fecha esse pódio indesejado o mamão com uma alta de 57,24% no período.
Vale ficar atento que neste momento o dólar não está em disparada, o que não poderia justificar o aumento tão alto e contínuo do preço dos alimentos, até por que a inflação também está batendo forte nos Estados Unidos. Isso quer dizer que o grande problema aqui está na relação entre empresários e consumidores, que seguem longe de um bom acordo.
Gasolina acima de R$ 8 já está gerando protestos nas redes sociais
Neste momento, o preço do barril de petróleo Brent é negociado nas Bolsas mais importantes do mundo. Ainda com um eventual controle, aqui no Brasil uma onda de protestos toma conta das redes sociais após o anúncio da Petrobras que levou a gasolina a R$ 8.
Ainda que o preço médio do combustível no país esteja abaixo dos R$ 7, vale lembrar que uma das promessas de campanha do Presidente Bolsonaro era baixar o combustível para R$ 2,50. Com o cenário de inflação, frente aos cenários de pandemia e guerra entre Rússia e Ucrânia, se viu um impacto no preço final ao consumidor, visto que a política de preços da Petrobras está atrelada ao valor do dólar e ao mercado internacional.