O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou suas projeções para o crescimento da economia brasileira neste ano. De acordo com a entidade, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve crescer 1,2% em 2023.
A saber, o percentual representa um crescimento de 0,2 ponto percentual (p.p.) em relação à última estimativa divulgada pelo FMI, em outubro do ano passado, quando a entidade estimou um crescimento de 1% para o PIB brasileiro neste ano.
Embora as novas projeções para o desempenho do PIB do Brasil estejam mais otimistas, o país continua com uma das taxas mais baixas de crescimento entre os países emergentes em 2023, abaixo da média global.
Em resumo, o PIB mundial deverá crescer 2,9% em 2023, taxa também 0,2 p.p. acima da última projeção do FMI (2,7%). E esse avanço vem sendo impulsionado pela reabertura econômica global, segundo a entidade.
“A rápida disseminação da Covid-19 na China prejudicou o crescimento em 2022, mas a recente reabertura abriu caminho para uma recuperação mais rápida do que o esperado”, explicou o FMI.
Inflação deve recuar em 2023
Vale destacar que todos estes dados estão presentes no relatório World Economic Outlook (WEO), do FMI. No documento, a entidade cita a redução da inflação como um dos principais fatores para a melhora das projeções para o crescimento do PIB global.
“A inflação global deverá cair de 8,8% em 2022 para 6,6% em 2023 e 4,3% em 2024, ainda acima dos níveis pré-pandemia (2017–19), de cerca de 3,5%”, explicou o FMI. E, quanto menor a inflação, maior tende a ser a recuperação econômica mundial.
No entanto, mesmo com estimativas mais positivas para 2024, o FMI se mostra mais pessimista em relação ao PIB brasileiro. De acordo com a entidade, a economia do país deverá crescer 1,5% em 2024, taxa 0,4 p.p. menor que a projetada em outubro do ano passado, de 1,9%.
Da mesma forma, o FMI reduziu as estimativas para o crescimento da economia global em 2024. Nesse caso, a redução foi bem mais leve, de 0,1 p.p., fazendo a taxa cair de 3,2% para 3,1%.
Vale destacar que, apesar da redução da taxa inflacionária projetada para 2023 e 2024, a “média anual projetada e o núcleo da inflação ainda estarão acima dos níveis pré-pandemia em mais de 80% dos países”.
Brasil fica abaixo da média de emergentes
A saber, o Brasil é um dos principais países emergentes do mundo, ou seja, em desenvolvimento. Mesmo com a melhora para o PIB brasileiro em 2023, a taxa de crescimento ainda é uma das menores entre estes países.
Confira abaixo as taxas de crescimento projetadas para o PIB de países emergentes em 2023:
- Índia: 6,1%
- China: 5,2%
- Economias emergentes e em desenvolvimento: 4,0%
- Nigéria: 3,2%
- Arábia Saudita: 2,6%
- América Latina e Caribe: 1,8%
- México: 1,7%
- Brasil: 1,2%
- África do Sul: 1,2%
- Rússia: 0,3%
“A luta global contra a inflação, a guerra da Rússia na Ucrânia e o ressurgimento do Covid-19 na China pesaram sobre a atividade econômica global em 2022, e os dois primeiros fatores continuarão pesando em 2023”, explicou o FMI.
O relatório da entidade também destacou que o crescimento da América Latina e Caribe será um pouco mais forte em 2023 graças ao Brasil e ao México, cujos PIBs deverão crescer mais que o esperado neste ano.
Em síntese, o FMI destaca a “resiliência inesperada da demanda doméstica, crescimento acima do esperado nas principais economias comerciais parceiras e, no Brasil, apoio fiscal acima do esperado”.
Por sua vez, ao analisar as economias avançadas, o crescimento do PIB esperado para 2023 é ainda mais fraco:
- Japão: 1,8%
- Canadá: 1,5%
- Estados Unidos: 1,4%
- Economias avançadas: 1,2%
- Espanha: 1,1%
- Zona do euro: 0,7%
- França: 0,7%
- Itália: 0,6%
- Alemanha: 0,1%
- Reino Unido: -0,6%
Estimativas do FMI para 2024recuam
Apesar de dados mais positivos para 2023, a situação em 2024 está parecendo que não será tão positiva assim para o Brasil. A saber, o país só deverá ter um crescimento econômico maior que o da África do Sul.
Veja as taxas de crescimento projetadas para o PIB de países emergentes em 2024:
- Índia: 6,8%
- China: 4,5%
- Economias emergentes e em desenvolvimento: 4,2%
- Arábia Saudita: 3,4%
- Nigéria: 2,9%
- América Latina e Caribe: 2,1%
- Rússia: 2,1%
- México: 1,6%
- Brasil: 1,5%
- África do Sul: 1,3%
Em 2023, dois países serão responsáveis pelo forte crescimento da economia dos emergentes, segundo o FMI.
“A Índia continua sendo um ponto brilhante. Junto com a China, será responsável por metade do crescimento este ano, contra apenas um décimo para os EUA e a área do euro juntos”, disse a entidade.
Para 2024, a expectativa é que aconteça a mesma coisa e ambos os países liderem o crescimento dos emergentes.