Economia brasileira CRESCE 0,1% em novembro

Economia brasileira CRESCE 0,1% em novembro, segundo Monitor do PIB-FGV

Setor de serviços encolhe no mês, limitando crescimento da economia, que só teve variação positiva graças à agropecuária e à indústria

economia brasileira cresceu 0,1% em novembro de 2022, na comparação com o mês anterior, após ajuste sazonal. Isso quer dizer que a atividade econômica do país se manteve praticamente estável no penúltimo mês do ano passado, seguindo em patamar levemente elevado.

Ao comparar o desempenho da economia brasileira com os dados de novembro de 2021, o avanço foi bem mais expressivo, de 2,0%. Em suma, o Brasil conseguiu crescer de maneira firme no ano passado, fortalecendo sua recuperação em relação aos impactos provocados pela pandemia da covid-19.

A saber, o resultado positivo de novembro só foi possível graças à agropecuária e à indústria. Na verdade, o setor de serviços é o principal motor da economia brasileira. Contudo, em novembro do ano passado, o setor acabou encolhendo, e só não deixou a taxa nacional negativa devido ao desempenho positivo dos outros setores econômicos.

“O crescimento de 0,1% da economia em novembro é explicado pelo desempenho positivo da agropecuária e da indústria. O setor de serviços, por sua vez, que tem mostrado tendência de desaceleração desde o segundo semestre, apresentou retração em novembro, após seis meses consecutivos de taxas positivas”, informou a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece.

“É importante destacar o desempenho deste setor [de serviços], pois ele tem sido responsável por cerca de 80% do crescimento do PIB de 2022. Os juros elevados combinados com o alto índice de endividamento das famílias contribuíram para essa desaceleração dos serviços”, acrescentou a coordenadora.

A propósito, estes dados fazem parte do Monitor do PIB-FGV, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) e divulgado nesta terça-feira (17).

Consumo das famílias dispara no trimestre

O levantamento revelou que o consumo das famílias cresceu 4,4% no trimestre móvel de setembro a novembro, em comparação ao trimestre móvel anterior. De acordo com o FGV Ibre, “o consumo de serviços segue sendo o principal responsável por esse crescimento, embora em nível menor que observado anteriormente”.

Em suma, todos os componentes do consumo das famílias apresentaram desaceleração no trimestre móvel encerrado em novembro. No entanto, apenas o consumo de produtos semiduráveis fechou o período com uma taxa negativa (-9,6%). Os demais continuaram crescendo, apesar de ter sido em um ritmo menor.

Vale destacar que os serviços respondem por quase 70% do PIB brasileiro. Em novembro, o setor teve o primeiro resultado negativo em sete meses, limitando o crescimento da economia do país. Agora, as expectativas se voltam para dezembro, visto que o setor poderá ter um resultado ainda mais fraco, puxando a taxa nacional para o campo negativo.

O FGV Ibre também revelou que o PIB brasileiro acumulou R$ 8,99 trilhões nos 11 primeiros meses do ano passado, em valores correntes. A saber, esse valor se refere a estimativas do Monitor do PIB-FGV para a economia do país.

Economia encolhe 0,55%, diz Banco Central

A FGV não foi a única entidade a divulgar dados negativos sobre o desempenho da atividade econômica brasileira em novembro. O Banco Central (BC), que divulga mensalmente o seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), também revelou que a economia brasileira encolheu no penúltimo mês de 2022.

Em suma, o indicador, que é considerado a ‘prévia’ do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, indicou uma queda de 0,55% da atividade econômica brasileira em novembro.

Apesar do recuo observado no mês, o IBC-Br continua acumulando um crescimento firme em 2022. Com o acréscimo do resultado de novembro, a economia brasileira passou a registrar uma expansão de 3,26% no acumulado do ano, sem ajuste sazonal.

Em síntese, o resultado parcial de 2022 mostra que a economia brasileira deverá fechar o ano com um crescimento firme em relação a 2021. Entretanto, o destaque para os últimos meses do ano é a perda de ritmo da atividade econômica, que não consegue mais apresentar taxas muito expressivas, como aconteceu nos primeiros meses do ano.

A propósito, o IBC-Br é considerado a ‘prévia’ do PIB. Isso porque o indicador avalia a evolução da atividade econômica do Brasil e ajuda o Banco Central na tomada de decisões em relação à taxa básica de juros, a Selic.

Em suma, o indicador reúne informações sobre o nível de atividade dos seguintes setores econômicos do país: indústria; comércio e serviços; e agropecuária.

Além disso, o BC também contabiliza o volume de impostos arrecadados no país. Ao final de tudo isso, a entidade financeira divulga a prévia do PIB brasileiro. Contudo, vale destacar que esse não é o índice oficial do país para medir a atividade econômica.

O PIB corresponde à soma de todos os bens e serviços produzidos no país. E o responsável pela divulgação desse indicador é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulga os dados oficiais da economia brasileira.

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