Fim da produção automotiva na BA pode gerar perda de R$ 5 bilhões por ano

O fim das atividades da Ford no Brasil, especificamente na Bahia, pode ter gerado de uma perda de R$ 5 milhões por ano. É o que prevê a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI-BA).

O órgão, que é responsável por repassar dados para o governo estadual, já estudava o impacto do encerramento das fábricas antes do anúncio feito pela Ford neste ano, especificamente na última segunda-feira (11).

Em 2019, um relatório prevendo os impactos econômicos com o fechamento da produção automotiva já tinha sido realizado. Uma, das três das fábricas da Ford no Brasil,  fica em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

De acordo com o diretor de Indicadores e Estatística, Armando Castro, o valor de perdas por ano deve girar em torno de R$ 5 bilhões. Sendo que, de acordo com ele, a  produção da indústria automotiva na Bahia representa 2,1% de todo valor bruto da produção do estado.

As informações foram repassadas em entrevista em entrevista ao portal Bahia Notícias. “Utilizamos a matriz insumo-produto para estimar os impactos e os resultados mostram que eliminação de todo o setor tem potencial para reduzir a riqueza gerada no estado, o Valor Adicionado, em 2% ao ano, algo em torno de R$ 5 bilhões”, declarou Castro.

Situação econômica da Bahia

Ele também comentou sobre o mercado de trabalho no estado. “Em termos de emprego, as estimativas divergem a depender do método empregado variando entre 21 mil e 60 mil empregos encerrados em diversos setores da economia baiana”, completou.

Antes mesmo do anúncio do fechamento da Ford, de acordo com o SEI-BA, já não estava em alta a o mercado, por pelo menos dois motivos: retração das atividades produtivas e dos postos de emprego. “O ritmo de qualquer recuperação do emprego e da renda se encontra incerto”, destacou.   “Nesse contexto, o segmento automotivo baiano já vinha dispondo de uma dinâmica com mais desligamentos do que admissões nos últimos anos – sinalizando, assim, dificuldades em empreender um ritmo de recomposição”, pontua Castro.
Castro também comentou o impacto do fim do auxílio emergencial para o estado.” Ainda temos atividades com restrições de funcionamento e setores parados, como o de eventos. O valor que deixa de ser transferido chega a corresponder a 25% do PIB de determinados municípios baianos”, relatou,
Ele também argumentou que a falta de planejamento do governo federal trará prejuízos. “Um descaso explícito para com a Covid, é possível que o processo de recuperação econômica em curso se dê de forma lenta”, finalizou.

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