Facebook perde usuários ativos pela primeira vez na história

Meta revela que a receita do primeiro trimestre de 2022 ficará abaixo das expectativas dos analistas e seu valor em bolsa cai

Pela primeira vez desde que foi criado em 2004, o Facebook perdeu usuários. A rede social teve uma queda de 500 mil usuários ativos diários, o que é pequeno frente aos 2,85 bilhões de pessoas que tem um perfil no Facebook, mas foi o suficiente para causar uma baixa de aproximadamente 20% nas ações da Meta na Bolsa de Valores. 

Como consequência da perda de meio milhão de usuários diários, a divisão de anúncios da plataforma foi afetada diretamente e a expectativa de receita apara o primeiro trimestre de 2022 ficará abaixo do esperado. A receita para a empresa em relação ao último trimestre também diminuiu.

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Para Rafael Beraldi, CMO da Camelo Digital, agência especializada em mídias digitais, o acontecimento é associado diretamente ao desinteresse pelo Facebook, principalmente da geração Z (jovens nascidos pós anos 2000), que tem utilizado outros apps para se divertir e até mesmo se comunicar com os amigos e conhecidos.   

“As pessoas têm passado muito tempo em aplicativos como o TikTok, e o próprio Mark Zuckerberg reconhece isso, reforçando a importância do foco da empresa nos Reels do Instagram, vendo os possíveis benefícios que podem ser alcançados a longo prazo”, diz o especialista. 

A previsão da companhia é que o faturamento do primeiro trimestre de 2022 seja de, no máximo, US$ 29 bilhões. Enquanto analistas esperavam US$ 30,15 bilhões, segundo dados da Refinitiv. Parte desse prejuízo está na divisão Reality Labs, responsável pelo Metaverso e por toda a operação de realidade aumentada e virtual da Meta. A expectativa é que a divisão continue gerando perdas durante todo o ano de 2022, o que é normal visto que o investimento em uma nova tecnologia tende a ser grande. 

Engajamento é maior no Instagram 

Em um estudo divulgado pela Emplifi, plataforma de experiência do cliente (CX), as postagens brasileiras no Instagram mostraram maior engajamento do que as publicações no Facebook. Os dados são relativos ao último trimestre de 2021. 

No Brasil, em termos de audiência, o Instagram também mantém vantagem sobre o Facebook, uma vez que, quando se trata de tamanho de público, em nível nacional, o número médio de seguidores de contas de marca no Instagram é maior do que no Facebook. De acordo com os dados do estudo, ainda que o volume de atividades em ambas as plataformas seja bem semelhante, a taxa de engajamento do Instagram é bem superior à do Facebook.

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No quarto trimestre de 2021, mundialmente, as marcas obtiveram aproximadamente 5,3 interações por 1 mil impressões para uma postagem no Facebook, uma queda de 19% em comparação ao quarto trimestre de 2020. Enquanto isso, as postagens do Instagram receberam cerca de 35 interações a cada 1 mil impressões, números semelhantes ao mesmo período no ano anterior.

Um relatório mais completo da Emplifi já havia mostrado que, no primeiro trimestre de 2021, o Instagram tinha uma audiência 40,3% maior que a do Facebook. O relatório Social Media Trends Reports também aponta que o público do “Insta” havia crescido 10,3% no período de um ano. Já o Facebook estava estável, com crescimento de apenas 0,8% no número de usuários. 

Taxas de engajamento 

No Facebook, as contas de marcas brasileiras registraram uma taxa de 13,3% no número total de interações em publicações feitas na plataforma. Mas o destaque do último trimestre de 2021 foi o setor do varejo, que conquistou 22% do total de interações. Confira o ranking nacional por setor completo abaixo: 

  • Varejo – 22,4% 
  • Ecommerce – 13,3% 
  • Serviços – 9,5% 
  • Moda – 7,4% 
  • Alimentos – 5,9% 
  • Automóveis – 5,4% 
  • Finanças – 5,2% 
  • Industrial – 5% 
  • Outros – 25,7% 

No Instagram, o setor do e-commerce é o que obteve uma maior taxa de engajamento, com 41,5% do total de interações em contas de marca na rede. O varejo aparece em segundo lugar com 14,3% das postagens e marcas de moda fecham o pódio com 13,9% das interações na rede. Confira a colocação nacional por setor completa abaixo: 

  • E-commerce – 41,5% 
  • Varejo – 14,3% 
  • Moda – 13,9% 
  • Serviços – 7,1% 
  • Beleza – 7% 
  • Finanças – 2,2% 
  • Eletrônicos – 2% 
  • Alimentos – 1,6% 
  • Outros – 10,4% 
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