Esse Descongestionante Nasal não é eficaz, alerta agência dos EUA

Depois de uma série de estudos e análises, agência dos EUA concluiu que popular descongestionante nasal não é eficaz

Quem não tem um descongestionante nasal em casa? A pequena solução pode fazer uma grande diferença na vida de uma pessoa que está tentando amenizar os efeitos de uma gripe. Mas uma notícia divulgada nesta terça-feira (12) assustou muita gente que costuma usar alguns tipos específicos desta medicação.

Depois de uma série de estudos e de análises, a Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês), indica que um ingrediente-chave na solução de alguns descongestionantes nasais, simplesmente não é eficaz. Estamos falando da fenilefrina, que é usada em muitas soluções desta natureza não apenas nos EUA, mas também no Brasil.

Mas calma. Segundo a FDA este ingrediente não necessariamente faz mal à saúde das pessoas que usam os descongestionantes. De todo modo, o órgão explicou que a fenilefrina não tem nenhuma eficácia quando ministrada no formato de comprimido.

“A comunidade de pacientes exige e merece medicamentos que tratem os seus sintomas de forma segura e eficaz e não acredito que este medicamento faça isso”, disse Jennifer Schwartzott, membro do painel da FDA.

Uso oral do descongestionante nasal

O uso oral da fenilefrina vem se tornando cada vez mais popular nos Estados Unidos e no Brasil. Trata-se de um comprimido que propõe a promoção de uma redução do inchaço e da inflamação das mucosas do nariz,  o que poderia fazer com que os pacientes tenham uma melhora significativa na respiração.

Mas os agentes da FDA não concordaram com esta indicação. A ideia de que a fenilefrina oral não é eficaz foi ponto passivo. Todos os agentes do órgão concordaram que não há nenhuma relação entre o uso deste medicamento e uma possível melhora da situação de congestionamento nasal.

Estes agentes explicaram que independente da quantidade de comprimidos que um ser humano tome, nada deve mudar do ponto de vista do descongestionamento. Mesmo que ele faça a ingestão de várias cápsulas, apenas uma pequena parte da substância consegue chegar ao nariz para realizar qualquer trabalho de descongestionamento.

“Estudos modernos, quando bem conduzidos, não mostram qualquer melhora no congestionamento com a fenilefrina”, disse o Dr. Mark Dykewicz, especialista em alergias na Escola de Medicina da Universidade Saint Louis.

Esse Descongestionante Nasal não é eficaz, alerta agência dos EUA
Comprimido é muito popular nos EUA. Imagem: Reprodução

Pedido de cientistas

Esta não é primeira vez que o assunto vem à tona. Pesquisadores da Universidade da Flórida já tinha solicitado à agência a remoção imediata dos produtos que contam com fenilefrina do mercado. A reunião da FDA, aliás, foi motivada por este pedido.

Quais empresas serão afetadas?

Ainda não é possível cravar quais empresas serão afetadas, mesmo porque ainda não está claro se a FDA vai tomar alguma providência neste sentido. Nos Estados Unidos, a decisão do conselho não necessariamente precisa ser seguida pela direção do órgão.

De todo modo, caso o produto seja retirado de circulação, as empresas mais prejudicadas seriam Procter & Gamble e Johnson & Johnson. Estas marcas lucram aproximadamente US$ 1,8 bilhão, ou R$ 8,9 bilhões por ano com a venda de medicamentos com este ingrediente.

“É assim que a ciência funciona. À medida que obtemos mais informações, as recomendações podem mudar, e isso não é ruim. Essa é a coisa maravilhosa da ciência. Podemos usar novas informações e mudar a nossa perspectiva”, disse a professora de otorrinolaringologia na Stanford Medicine, Zara Patel.

Histórico do descongestionante

Vale frisar que a fenilefrina começou a ganhar popularidade no início dos anos 2000, ao substituir a sua antecessora, a pseudoefedrina, que foi proibida pela FDA de circular após denuncias de que ela estaria sendo usada indevidamente para a produção de metanfetamina.

No Brasil

Ao menos até a publicação deste artigo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil (Anvisa) ainda não se pronunciou sobre  a necessidade de investigar a eficácia deste produto também no país . Em caso de envio de resposta, este artigo será atualizado.

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