Empresas mostram-se confiantes ao final do 3º trimestre do ano
Micro e pequenos empresários dos setores do comércio e de serviços mostram-se confiantes ao final do 3º trimestre de 2021. O levantamento foi realizado pela Boa Vista com cerca de 500 empresários e analisou questões como investimentos das empresas, faturamento, nível de endividamento e até mesmo a intenção de adquirir crédito.
Dos micro e pequenos empresários entrevistados, 56% afirmou que pretende realizar investimentos até o final do ano. Dos 56%, seis em cada dez devem apostar em novos produtos, bem como em tecnologia da informação. Além disso, 51% pretende aplicar em mão de obra qualificada.
O levantamento feito pela Boa Vista também registrou um aumento na expectativa de elevação do faturamento. No 3º trimestre de 2020 o índice era de 42%, já neste ano o índice é de 60%. O estudo constatou que 49% dos empresários esperam a diminuição do nível de endividamento de suas empresas e 30% receiam que o endividamento aumente.
A pesquisa ainda apontou estabilidade na intenção de crédito. No final do terceiro trimestre de 2020 o índice registrado foi de 46%, mesmo valor registrado em 2021.
“A pesquisa mostra que há uma expectativa positiva crescente entre os empresários. Os setores de comércio e serviços estão retomando o fôlego para investir, contratar e voltar aos patamares pré-pandemia. Notamos também uma estabilidade na intenção de tomar crédito, o que demonstra cautela, muito em linha ao cenário atual de juros altos e renda mais baixa, e de uma conjuntura econômica e política mais complexa que se desenha para 2022”, disse Flávio Calife, economista da Boa Vista.
Sul e Sudeste lideram o ranking de mais empresas abertas
Segundo um levantamento divulgado pela Valor Investe, no terceiro trimestre deste ano o Sul e o Sudeste do Brasil lideraram o ranking de novas empresas abertas. O crescimento foi de 7,8% em relação ao trimestre anterior. A Valor Investe ainda informou que durante o mês de agosto, 382.766 empresas foram abertas no país.
“Quando comparado a 2019, antes da pandemia, esse crescimento é ainda maior, de 33%, considerando os terceiros trimestres de 2021 e 2019. Mesmo diante das dificuldades, com alta de preços e perda da renda, estamos vendo o início da recuperação da atividade econômica no Brasil”, disse Guilherme Soares, vice-presidente de crescimento da Contabilizei.
A Importância dos microempreendedores individuais para a economia
O levantamento divulgado pela Valor Investe informou que entre os meses de janeiro a setembro deste ano, foram abertas 3,2 milhões de empresas no Brasil. Do valor total analisado, 77,6% das novas empresas são MEI (Microempreendedor Individual).
“O MEI e o Simples trazem formas de gerar rendimentos e, obrigatoriamente, recolher impostos e ter algum tipo de proteção. Isso é importante diante do aumento da longevidade, que está fazendo com que as pessoas percebam que vão precisar trabalhar mais. Então, muitos, mesmo com carteira assinada CLT, estão abrindo consultorias para prestar seus serviços. Alguns crescem ao ponto de essa atividade virar, de fato, o seu principal negócio” disse Ricardo Rocha, professor de Finanças do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) sobre as pequenas empresas do país.