Em junho, gasolina ficou mais cara em 26 das 27 unidades da federação

Depois da mudança no sistema de cobrança do ICMS, gasolina está mais cara em quase todos os estados do país

Depois do processo de unificação nacional da cobrança do ICMS sobre o litro da gasolina no Brasil, este combustível está notadamente mais caro em 26 das 27 unidades da federação do país. É o que revelam os dados do Índice de Preços Ticket Log (IPTL). Segundo o levantamento, a alta nacional foi de 2,33% em junho, na comparação com o mês de maio.

Com a mudança que ocorre desde o dia 1º de junho, todas as unidades da federação passaram a cobrar uma mesma alíquota de ICMS. Até maio deste ano, cada estado seguia a sua própria porcentagem de imposto. A partir de agora, todos eles usam a mesma cobrança de R$ 1,22 por litro.

A alteração fez com que o preço do litro da gasolina aumentasse em todas as regiões do país. Mas o destaque mesmo está na região Sul, que passou a ter a maior elevação de preços de todo o território nacional. Veja na lista abaixo.

  • Região Sul: Média de R$ 5,58 por litro. Alta de 5,48% em relação a maio;
  • Região Nordeste: Média de R$ 5,61 por litro. Alta de 5,43% em relação a maio;
  • Região Centro-Oeste: Média de R$ 5,61 por litro. Alta de 3,70% em relação a maio.
  • Região Sudeste: Média de R$ 5,43 por litro. Alta de 3,63% em relação a maio;
  • Região Norte: Média de R$ 5,93 por litro. Alta de 1,89% em relação a maio;

O recorte por estados

Como dito, a situação está mais complicada agora do que estava em maio na grande maioria das unidades da federação. Contudo, alguns dados chamam mais atenção neste momento. São eles:

  • Em 26 das 27 unidades a gasolina está mais cara em junho;
  • Pernambuco foi o grande destaque negativo, com preço médio de R$ 5,74, um aumento de 9,33% em relação aos dados de maio.
  • Rondônia é a única unidade da federação que não registrou aumento no preço da gasolina em junho. A queda foi de 0,86% em relação aos dados de maio.

Aumento depois da decisão da Petrobras

Os novos aumentos acontecem menos de um mês depois que a Petrobras decidiu realizar alguns movimentos pela redução do combustível. A estatal decidiu, por exemplo, acabar com a Política de Paridade Internacional (PPI), que relacionava diretamente os preços da gasolina no Brasil a fatores externos, como o preço do barril de petróleo internacional.

Além disso, a empresa também decidiu reduzir imediatamente os preços da gasolina, do diesel e também do gás de cozinha. Tais medidas até chegaram a surtir efeito durante um período de tempo, mas com as mudanças no sistema de cobrança do ICMS pelos estados, os consumidores voltaram a sofrer com os aumentos.

É provável, aliás,  que os trabalhadores sofram ainda mais nas próximas semanas. A partir do dia 1º de julho, volta a valer a segunda parte da reoneração dos combustíveis como gasolina e etanol, o que pode indicar que mais impostos federais deverão incidir sobre estes valores.

Depois da mudança no sistema de cobrança do ICMS, gasolina está mais cara em quase todos os estados do país
Novos aumentos do combustível estão encomendados. Imagem: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Vale notar também que o Ministério da Fazenda já anunciou que vai reonerar o diesel a partir de setembro, ao contrário do que se previa inicialmente. A incidência de impostos sobre este combustível estava prevista para o mês de janeiro de 2024.

Este movimento de reoneração deve ocorrer para que o Governo Federal consiga tapar o buraco deixado pelo programa de barateamento do carro popular, que já está em vigor. O projeto garante isenção fiscal para as montadoras.

Novas medidas

Para tentar mitigar um pouco os  efeitos dos novos aumentos que já estão encomendados, o Ministério da Fazenda espera que a Petrobras ajude a reduzir os preços do combustível nas próximas semanas.

“Com o aumento (de tributos) previsto para 1º de julho, vai ser absorvido pela queda do preço deixada para esse dia. Nós não baixamos tudo o que podíamos. Justamente esperando o 1º de julho, quando acaba o imposto de exportação e acaba o ciclo de reoneração”, declarou o ministro da Fazenda.

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