Pesquisadora alerta que não é seguro retomar aulas presenciais no Brasil

Ethel Maciel, coordenadora do Laboratório de Epidemiologia da Universidade Federal do Espírito Santo, apresentou um estudo na Comissão de Educação da Câmara com a presença de parlamentares.

Os dados demonstram que as crianças contam com uma carga viral de coronavírus igual à que pode ser vista em adultos. Além disso, constatam que lockdown, incluindo nas escolas pode trazer resultados positivos para evitar que a pandemia avance.

Na ocasião, Ethel trouxe à tona uma pesquisa divulgada pela revista Science, a qual estudou como 41 países reagem à pandemia. Essa análise publicada mostrou que as escolas fechadas ou as que abriram salas com menos de 10 estudantes ajudaram a conter o coronavírus.

Resumo dos dados

A saber, um inquérito sorológico realizado no Estado do Espírito Santo com 1.693 crianças e jovens de até 22 anos mostrou que a incidência do vírus se deu apenas 3% menor do que a verificada em adultos.

Ainda de acordo com o levantamento, 35,3% dos estudantes não apresentaram sintomas. Aqueles que sentiram algo, sofreram, em sua maioria, com tosse e a perda de olfato. Desse modo, pode-se constatar que medir a temperatura antes da entrada dos alunos na escola não surge como uma medida eficiente.

Segundo a pesquisadora, o distanciamento físico seguido de barreiras técnicas como filtros de ar se mostram os mais eficazes logo após a análise dos dados.

“A gente precisa mensurar o CO2 desta sala. Porque pode ser que numa sala eu possa colocar 30 e em outra eu não posso colocar nem 10. Isso varia dependendo da ventilação e do tamanho da sala”, afirmou ela.

Todavia, a especialista sabe que hoje o Brasil não tem essa tecnologia, pois apostou em medidas que fazem parte de uma fase posterior à escala de prevenção. Por exemplo: protocolos de segurança e os conhecidos EPIs (equipamentos de proteção individuais).

Por fim, Ethel opinou que não há uma previsão para uma volta segura às aulas de acordo com critérios divulgados pela própria Fiocruz. Um deles é o índice de transmissão de até 0,5 – ou seja, cada 100 infectados transmitindo para menos de 50 outras pessoa.

E então, o que achou da notícia?

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