Os motoristas do Brasil receberam mais uma triste notícia sobre os preços da gasolina. Após a alta de 0,36% registrada há duas semanas, o combustível fóssil avançou mais uma vez na semana passada, pressionando um pouco mais a renda dos brasileiros que utilizam gasolina.
De acordo com o levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio nacional da gasolina subiu 0,18% na semana passada, e o litro chegou a R$ 5,51. Esse é o segundo avanço após quatro semanas de queda.
No acumulado das últimas seis semanas, a gasolina ficou seis centavos mais barata no Brasil. Isso mostra que, apesar de ter recuado por várias semanas, o valor do combustível não teve uma redução significativa para os motoristas do país.
Aliás, antes dessas quatro semanas de queda, o litro da gasolina chegou a ficar 49 centavos mais caro no país em apenas duas semanas. Em resumo, tal situação ocorreu devido à retomada da cobrança do PIS/Cofins (impostos) sobre a gasolina e o etanol.
Isso mostra que os recuos não aliviaram o bolso dos motoristas, até porque eles continuaram pagando caro para abastecer seus veículos.
Gasolina da região Norte é a mais cara do Brasil
A propósito, a ANP coleta os preços em mais de cinco mil postos de combustíveis do país e divulga uma média nacional para os seus valores, bem como preços regionais e estaduais.
Nesta atualização, o valor da gasolina subiu em três regiões brasileiras: Centro-Oeste (+0,74%), Norte (+0,69%) e Sudeste (+0,19%).
Já no Nordeste os preços se mantiveram estáveis, enquanto no Sul, recuaram 0,36%. Com isso, os preços médios da gasolina chegaram aos seguintes patamares:
- Norte: R$ 5,82;
- Nordeste: R$ 5,63;
- Sul: R$ 5,50;
- Centro-Oeste: R$ 5,47;
- Sudeste: R$ 5,36.
Vale destacar que o preço médio de produção e importação, sem tributos, foi bem menor em todas as regiões. Os valores variaram entre R$ 3,41, no Nordeste, e R$ 3,81, no Norte.
Em outras palavras, os consumidores pagam bem mais caro para abastecerem seus veículos no país. Isso acontece porque existem outras variáveis que impactam os valores dos combustíveis nas bombas.
Preço da gasolina supera R$ 6,00
Na semana passada, o preço da gasolina subiu em 12 das 27 unidades federativas (UFs), com destaque para Amazonas (+2,69%), Bahia (+1,79%), Mato Grosso do Sul (+1,76%) e Bahia (+1,72%). Os demais avanços foram mais tímidos.
Por outro lado, o combustível ficou mais barato em nove UFs, destacando-se Ceará (-2,74%) e Acre (-1,66%). Os demais recuos não se mostraram muito significativos.
Em outras seis UFs a gasolina se manteve estável: Amapá, Distrito Federal, Paraíba, Rio de Janeiro, Rondônia e Roraima.
Com o acréscimo destes resultados, vários estados tiveram preços acima da média nacional, com alguns deles comercializando o combustível a mais de R$ 6,00. Veja abaixo os estados com os maiores preços médios da gasolina no país:
- Amazonas: R$ 6,48;
- Roraima: R$ 6,08;
- Rondônia: R$ 6,00;
- Acre: R$ 5,92;
- Bahia: R$ 5,91;
- Rio Grande do Norte: R$ 5,81.
Em contrapartida, os locais com os menores valores do país foram:
- Amapá: R$ 5,11;
- Mato Grosso do Sul: R$ 5,20;
- Minas Gerais: R$ 5,25;
- Paraíba: R$ 5,30;
- São Paulo: R$ 5,33.
Vale destacar que, segundo cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço da gasolina deveria ficar 25 centavos mais caro nos postos do país com a retomada da cobrança dos impostos federais.
No entanto, o valor médio do combustível subiu 41 centavos desde a retomada da cobrança do PIS/Cofins, no início de março. Isso mostra que há margem para novas quedas no preço da gasolina no país nas próximas semanas.
O problema é que os dois avanços registrados nas últimas semanas preocupam os motoristas, que estão cada vez mais pessimistas sobre a redução no preço do combustível.
Gasolina encarece outros produtos
As variações nos preços da gasolina podem até ser acompanhadas apenas pelos motoristas do país. Entretanto, vale destacar que o encarecimento dos combustíveis não afeta apenas os brasileiros que possuem veículo, mas impacta diversos setores econômicos do país.
Em síntese, as pessoas que utilizam transporte público podem ter que pagar mais caro pelo serviço. Como os veículos utilizam combustíveis para se locomoverem, as empresas do setor tendem a aumentar as tarifas para cobrir os gastos extras com a gasolina.
Na agricultura, acontece a mesma coisa. A maioria dos veículos agrícolas também utiliza combustíveis fósseis, como a gasolina, para operar. Dessa forma, o aumento do preço dos combustíveis pode elevar os custos de produção dos agricultores, resultando na alta dos preços dos alimentos, que afeta toda a população.
Além disso, muitas empresas da indústria dependem de transporte rodoviário para movimentar seus produtos. Assim, o encarecimento dos combustíveis também poderá aumentar os custos com transporte, impulsionando os valores finais dos produtos, pagos pelos consumidores do país.
Por falar nisso, a logística também será impactada pela gasolina mais cara. Em suma, o aumento do preço dos combustíveis pode elevar o custo de transporte de mercadorias, encarecendo o preço de diversos produtos para os brasileiros.