Foi divulgado neste domingo (26), pelo jornal “Folha de São Paulo”, uma pesquisa do Datafolha que aponta que 63% dos brasileiros afirmam não ganhar o necessário e ter problemas financeiros em casa. Deste valor, 37% declaram que o orçamento familiar não é suficiente e que, às vezes, chega a faltar. Já uma parcela de 26% diz que ganha muito pouco.
O Datafolha ouviu 2.556 brasileiros em 181 cidades na quarta-feira (22) e quinta (23). A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou menos. A pesquisa mostra uma reversão na tendência, onde, uma parcela dos brasileiros que declarava ter problemas financeiros vinha recuando desde o seu pico, alcançado em julho de 2016, quando 67% responderam ter problemas com o orçamento. Há um ano, essa parcela havia retraído para 55%.
Projeções para a inflação
Na última segunda-feira, o Banco Central aumentou as projeções para a inflação nos próximos três anos. Para 2022, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) projetado passou dos 6,3%, previstos em março, para 8,8%, nesta projeção de junho.
Com isso, o centro da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano está em 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Para 2023, ano em que a meta está em 3,25%, o BC projeta inflação de 4%, ante aos 3,1% divulgados em março. Já para 2024, ano em que a meta definida pelo CMN está em 3%, as projeções passaram de 2,3% para 2,7%.
Detalhes da pesquisa sobre problemas financeiros
Com relação à pesquisa, quando questionados sobre quanto o entrevistado e a família ganha: 37% informou não ser o suficiente e que muitas vezes falta, 32% disseram receber o exatamente suficiente para a sobrevivência. Enquanto 26% informaram que recebem muito pouco, trazendo muitas dificuldades e 5% recebe mais que o suficiente.
Já quando questionados sobre a inflação, se esta vai aumentar, vai diminuir ou vai ficar como está? 63% informaram que deve aumentar, 19% ficar como está e 13% disseram que a tendência é diminuir. Enquanto com relação ao desemprego, 45% votaram que deve aumentar, 27% ficar como está e 23% informou que deve diminuir.
A pesquisa também questionou aos entrevistados sobre o poder de compra, se este ia aumentar, se manter ou diminuir. 34% votaram por diminuir, 33% informaram que deve ficar como está e 29% disseram que deve aumentar nos próximos anos.
O levantamento também questionou sobre a condição econômica, tanto do país quanto do entrevistado. Quando questionados se nos últimos meses a condição econômica nos pais avançou, 67% informaram que ficou pior, 17% disse que se manteve. Já 15% disseram que se manteve e 1% não soube opinar.
O levantamento sobre problemas financeiros levou também em consideração a condição econômica pessoal nos últimos meses, 47% informaram que teve piora, 32% disse que se manteve. Enquanto apenas 20% informou que teve melhora nos últimos meses. A expectativa 34% para a condição econômica do país no futuro é de piora, enquanto 33% acreditam que vá melhorar e 29% supõe que deve se manter como está.