Cotação do DÓLAR hoje (20/09): Decisão do Fed impacta moeda
O dólar subiu pela segunda vez consecutiva ante o real, mas a alta foi bem leve. Nesta quarta-feira (20), a moeda norte americana subiu 0,15% e fechou o dia cotada a R$ 4,88. Esse é o maior patamar desde o último dia 13 de setembro (R$ 4,9167), ou seja, em uma semana.
Embora a moeda esteja no nível mais elevado dos últimos dias, a cotação segue abaixo da marca de R$ 4,90. Aliás, no acumulado de setembro, o dólar continua em campo negativo (-1,41%), refletindo o enfraquecimento da divisa em relação ao real brasileiro.
Já em 2023, o dólar tem uma queda bem mais expressiva, de 7,54%. Em resumo, o tombo acumulado neste ano chegou a 11% em julho. No entanto, a divisa fechou o mês de agosto com ganhos de 4,68% e eliminou parte da queda acumulada nos meses anteriores. Já agora em setembro, a moeda segue em campo negativo ante o real.
Federal Reserve mantém estáveis juros nos EUA
Nesta quarta-feira (20), o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, decidiu manter estável a taxa de juros no país, em linha com as estimativas do mercado. Atualmente, a taxa está no maior patamar em mais de 20 anos. Inclusive, o Fed não descartou a possibilidade de aumentar os juros até o final do ano.
Entretanto, o banco central decidiu aguardar mais um pouco para analisar os próximos dados relacionados à atividade econômica dos EUA, bem como a outros indicadores, como taxa de desemprego e inflação.
Por falar nisso, o governo norte-americano revelou na semana passada que a inflação aos consumidores subiu 0,6% nos EUA em agosto, vindo em linha com as estimativas do mercado. Esse dado animou os investidores, já que os juros sobem para conter a taxa inflacionária, mas esta veio conforme o esperado.
Juros elevados enfraquecem economia
Cabe salientar que, quanto mais altos os juros estiverem, mais enfraquecida fica a economia norte-americana, pois os juros elevados encarecem o crédito e elevam o custo de vida. Como consequência, os consumidores passam a gastar menos, e isso esfria a atividade do país, impactando vários outros países, já que os EUA são a maior economia global.
Isso acontece porque a taxa de juros figura como o principal instrumento dos bancos centrais para segurar a inflação nos países. Alguns analistas afirmam que o aumento dos juros é um “remédio amargo” que a população precisa tomar para se livrar da inflação elevada. O problema é que ambos os indicadores reduzem o poder de compra do consumidor, dificultando a sua vida.
Banco Central define taxa de juros no Brasil
Nesta quarta-feira (20), o Banco Central também vai definir a taxa básica de juros da economia brasileira, a taxa Selic. Em síntese, a expectativa dos analistas do mercado financeiro é que haja um corte de 0,50 ponto percentual nos juros, mesma redução promovida no início de agosto.
Como a decisão só saiu após o fechamento da sessão, a repercussão da decisão só deverá impactar a cotação do dólar no pregão desta quinta-feira (21).
Veja como os juros no Brasil afetam o dólar
Em resumo, a taxa de juros dos países influenciam a entrada de recursos de investidores. Isso acontece porque, quanto maiores os juros, mais enfraquecida tende a ficar a economia do país, uma vez que os juros aumentam o custo de vida, promovendo uma redução do poder de compra do consumidor.
Embora tudo isso possa parecer negativo, os juros elevados funcionam como freio para a inflação. Aliás, os bancos centrais agem para impedir que as taxas inflacionárias subam mais que o definido, e a alta dos juros figura como o principal instrumento para impedir esse avanço.
O termo inflação se refere ao aumento geral nos preços de bens e serviços em uma economia. Assim, quando a taxa inflacionária sobe, o dinheiro passa a comprar menos bens e contratar menos serviços, pois o aumento da inflação reduz o poder de compra do consumidor.
Para controlar a taxa inflacionária, os bancos centrais elevam os juros nos países, ação que também reduz o poder de compra do consumidor. Como o crédito fica mais caro, a demanda se enfraquece, desacelerando a economia, e isso ajuda a controlar a inflação, pois, quanto menor a procura, mais baixos os preços tendem a ficar.