A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou nesta sexta-feira (26) qual será a bandeira tarifária da conta de luz em fevereiro de 2024.
Os brasileiros ficam atentos à essa decisão todos os meses, torcendo para que não haja cobrança extra. Aliás, a Aneel divulga a informação tradicionalmente na última sexta-feira do mês anterior, levando em consideração a situação energética do país.
A saber, a Aneel criou as bandeiras tarifárias em 2015. Em resumo, o sistema reflete os custos variáveis da geração de energia elétrica, estabelecendo qual será a bandeira do país. A definição ocorre de acordo com as projeções de custos e o nível em que se encontram os reservatórios.
Portanto, quanto mais chuvas nas regiões dos reservatórios, melhor para a população brasileira. Aliás, vale destacar que as bandeiras tarifárias também funcionam como um indicador do comportamento que os consumidores deverão ter. Por exemplo, quanto mais elevado o patamar estiver, mais consciente a pessoa deve ser, racionando o uso de energia elétrica.
Bandeira tarifária em fevereiro de 2024
Para o segundo mês de 2024, a Aneel manterá a bandeira tarifária verde em vigor, aliviando o bolso dos brasileiros por mais um mês. As últimas decisões da entidade vêm animando os consumidores, que podem comemorar a manutenção da fatura um pouco mais barata.
Com a nova decisão da Aneel, janeiro será o 22º mês completo sem cobrança adicional na conta de luz para os consumidores. Isso porque, em meados de abril de 2022, a agência passou a adota essa bandeira tarifária no país, e isso se mantém até hoje em dia. Significa que os brasileiros estão há quase dois anos sem pagar valores extras na tarifa de energia elétrica.
“Com a geração em franca expansão, principalmente de fontes renováveis e limpas, alcançamos 22 meses seguidos de bandeira verde acionada. Sinal bastante positivo para o País que reflete condições favoráveis de geração de energia“, disse o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, em nota.
Para 2024, existe muita expectativa em relação à continuidade da bandeira verde no país, caso as chuvas continuem caindo de maneira regular nos locais onde se encontram os reservatórios. E os dois primeiros meses do ano estão confirmando as previsões, com a bandeira verde vigorando no Brasil.
Demanda por energia elétrica bate recorde no Brasil
Em meados de novembro, a demanda por energia elétrica no Brasil bateu recorde por dois dias seguidos. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que a demanda de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) superou 100 GW (gigawatts) na segunda e na terça-feira, dias 13 e 14, algo que nunca havia acontecido no país.
A saber, a demanda por energia disparou 16,8% no Brasil nas primeiras semanas de novembro, refletindo o aumento do consumo. Isso aconteceu devido às temperaturas muito elevadas, que fizeram as pessoas buscarem maneiras de se refrescar, com ares-condicionados e ventiladores.
O consumo recorde de energia elétrica no Brasil ocorreu devido a uma massa de ar quente que cobriu parte do país. Com isso, as temperaturas ficaram acima do normal, dificultando a vida das pessoas, que veem na energia elétrica uma forma de acabar com o calor e o desgaste que as temperaturas elevadas causam.
Inclusive, esse cenário causou preocupação ao mercado, que passou a acreditar na mudança da bandeira tarifária em vigor no país. Como dezembro teve dias com temperaturas um pouco mais amenas, sem bater recorde de calor, a situação foi colocada um pouco de lado. Ainda assim, as atenções seguem direcionadas às próximas decisões da Aneel.
Sistema de bandeiras tarifárias da Aneel
A Aneel possui um sistema de bandeiras tarifárias que adiciona uma cobrança às contas de energia dos consumidores. A saber, as bandeiras tarifárias possuem três cores: verde (que não promove cobranças adicionais), amarela e vermelha (ambas aplicam cobranças extras aos consumidores).
- Bandeira verde: não há cobrança extra na conta de luz porque a situação dos reservatórios se mostra positiva e há condições favoráveis de geração de energia;
- Bandeira amarela: quando o cenário começa a apresentar condições menos favoráveis, a Aneel recorre à bandeira amarela, com cobrança extra de R$ 2,989 a cada 100 kWh consumidos;
- Bandeira vermelha patamar 1: começa a valer quando as condições estiverem desfavoráveis, promovendo uma cobrança de R$ 6,500 a cada 100 kWh consumidos;
- Bandeira vermelha patamar 2: tarifa vale quando o cenário fica crítico, com condições muito desfavoráveis e custos de produção de energia muito elevados no país. Nesse caso, há uma cobrança de R$ 9,795 a cada 100 kWh consumidos.
Vale ressaltar que o sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015. Ele tem o objetivo de indicar os custos da geração de energia no país aos consumidores. Além disso, busca aliviar os impactos nos orçamentos das distribuidoras de energia.
Em 2021, houve a criação da bandeira escassez hídrica, que surgiu para que o país superasse a dificuldade enfrentada com a maior crise hídrica já enfrentada pelo país em mais de 90 anos. Em abril de 2022, a bandeira foi extinta graças à melhora da situação energética do país.