Consumo em supermercados cresce 2,14% em 2023, revela Abras

O consumo nos lares brasileiros cresceu 2,14% nos quatro primeiros meses de 2023, em comparação ao mesmo período do ano passado. Isso quer dizer que as famílias do país aumentaram o volume de compras em supermercados no início deste ano, apesar das dificuldades enfrentadas no Brasil, como inflação e juros elevados.

Ao considerar apenas abril, mês dos dados mais recentes do levantamento, o consumo cresceu 1,47% em relação a março. Já na comparação com abril de 2022, a alta foi de 2,09%.

A saber, esses dados fazem parte do Índice Nacional de Consumo dos Lares Brasileiros da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em síntese, o levantamento da Abras contempla os seguintes formatos de loja:

  • Atacarejo;
  • Supermercado convencional;
  • Loja de vizinhança;
  • Hipermercado;
  • Minimercado;
  • E-commerce.

Cabe salientar que os indicadores da Abras descontam a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Aliás, o IPCA é a inflação oficial do Brasil.

Inflação desacelera em abril

Em abril de 2023, o IPCA subiu 0,61%, após alta de 0,71% no mês anterior. Em outras palavras, os consumidores do país tiveram que pagar um pouco mais caro, uma vez que o termo inflação se refere ao aumento dos preços de produtos e serviços.

Segundo o IBGE, o que mais impulsionou a inflação no país foi o grupo de saúde e cuidados pessoais, que recebeu grande influência dos preços dos medicamentos, uma vez que o Governo Federal autorizou o reajuste de até 5,60% em seus valores.

Além disso, os preços dos planos de saúde subiram 1,20% em abril, devido à “incorporação das frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023“, segundo o analista do IPCA, André Almeida.

Vale destacar que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, variou 0,51% em maio, após alta de 0,57% em abril. Esses dados mostram que a inflação desacelerou no país, seguindo a tendência observada nos últimos meses. Isso quer dizer que a alta nos preços foi menos intensa, mas ainda ocorreu, ou seja, os brasileiros tiveram que pagar mais caro nos supermercados do país.

Novo reajuste do salário mínimo impulsiona consumo

O vice-presidente da Abras, Marcio Milan, citou alguns fatores como responsáveis pelo aumento do consumo nos lares brasileiros em abril. De acordo com ele, a desaceleração na inflação incentivou as pessoas a aumentarem o consumo nos supermercados do país. Ao mesmo, o novo reajuste do salário mínimo e o pagamento de benefícios sociais impulsionou os dados nacionais.

“A combinação da desaceleração nos preços dos alimentos, a sequência de queda nos preços das carnes e os recursos injetados na economia trouxeram mais consistência ao consumo nos lares no quadrimestre”, explicou Milan.

A propósito, os dados de maio deverão ser ainda mais expressivos devido ao novo salário mínimo, que entrou em vigor no dia 01/05/2023. A confirmação sobre o novo reajuste do piso salarial foi realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no final de abril.

Em suma, o salário mínimo subiu de R$ 1.302 para R$ 1.320, ou seja, a remuneração teve mais um aumento de 1,8%, após a alta de 7,4% em relação ao salário mínimo de 2022, de R$ 1.212.

Com o novo aumento, o salário mínimo para 2023 acumulou um reajuste de 8,9% em comparação com o ano passado. Inclusive, ambas as elevações representam um ganho real para o trabalhador, pois superaram a inflação acumulada no país em 2022, de 5,92%.

Benefícios turbinados pelo Governo Federal

O pagamento do Bolsa Família, turbinado em 2023 é um dos principais fatores para o aumento do consumo em supermercados e afins. Em resumo, o benefício está pagando, em média, R$ 600 por família.

Além disso, o governo Lula também está realizando o pagamento adicional de R$ 150 para cada criança com até seis anos de idade, o que também ajudou a elevar o consumo no país em nos últimos meses.

A expectativa é que os dados dos próximos meses continuem positivos, indicando crescimento do consumo nos lares do país. Em síntese, diversas ações do governo estão contribuindo para isso.

Veja abaixo os fatores citados por Milan para a melhora do consumo no país nos próximos meses:

  • Continuidade dos resgates dos recursos do PIS/Pasep;
  • Pagamento de precatórios do INSS;
  • Manutenção dos programas de transferência de renda do governo federal (Bolsa Família e Primeira Infância);
  • Implantação do Benefício Variável para crianças, adolescentes e gestantes;
  • Pagamento do Auxílio Gás.

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