Ainda não é possível cravar qual será a data da liberação do consignado para os usuários do programa Auxílio Brasil. Seja como for, a proximidade do período de solicitação já levanta dúvidas por parte dos beneficiários do projeto. Uma das questões mais recorrentes é a situação da renegociação das dívidas. Afinal de contas, será possível fazer este tipo de procedimento?
Segundo o Ministério da Cidadania, a resposta é não. A possibilidade de renegociação das dívidas não existe justamente porque não é possível deixar de pagar a conta do consignado. Nesta modalidade de empréstimo, o cidadão quita as dívidas através de um sistema de descontos mensais nas parcelas.
Assim, o pagamento da dívida acontece automaticamente. O cidadão solicita o dinheiro e passa a ganhar menos por mês no Auxílio Brasil até que consiga quitar a dívida por completo. Até conseguir devolver todo o saldo, o cidadão não poderá pleitear o fim dos abatimentos no seu benefício.
De todo modo, o Ministério da Cidadania explica que existe a possibilidade de o cidadão mudar de banco no decorrer dos pagamentos da sua dívida. Assim, o cidadão poderá mudar para uma instituição que oferece condições mais vantajosas se assim desejar, sem nenhum tipo de problema.
Como dito, ainda não há uma data exata para a liberação do período de solicitação do consignado do Auxílio Brasil. Inicialmente, o Ministro da Cidadania, Ronaldo Vieira Bento, disse que poderia liberar o crédito em setembro. Hoje, informações de bastidores dão conta de que o mais provável é que a liberação aconteça apenas a partir do mês de outubro.
O teto de juros
Oficialmente, a lei que cria o consignado para usuários do Auxílio Brasil já passou pela aprovação da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Além disso, o presidente Jair Bolsonaro (PL) também já sancionou o texto.
Contudo, na prática ninguém está conseguindo realizar nenhum tipo de solicitação. Mesmo depois de todo o rito citado acima, o consignado ainda precisa da regulamentação do Ministério da Cidadania para poder sair do papel de fato.
Informações de bastidores dão conta de que membros da pasta ainda não decidiram se criam ou não um limite para a taxa de juros. Pelas regras atuais, cada banco pode escolher a taxa que quiser. Neste sentido, há um temor de que o procedimento acabe endividando ainda mais os já vulneráveis.
Vale a pena solicitar
Mesmo antes da regulamentação da lei que cria o consignado, um ponto já está claro: nenhum dos mais de 20 milhões de usuários do Auxílio Brasil é obrigado a solicitar o crédito. Trata-se de uma decisão puramente pessoal.
Neste sentido, uma dica importante é analisar a sua situação para definir se o crédito é vantajoso ou não. Analistas dizem que o consignado pode ser uma boa opção para as pessoas que querem usar o dinheiro para investir em um trabalho ou em um estudo, por exemplo.
Por outro lado, o consignado pode se tornar uma armadilha para pessoas que querem usar o saldo para comprar comida ou pagar contas emergenciais. É importante lembrar que o crédito não é gratuito e que os descontos no Auxílio Brasil podem durar um longo tempo.