Congresso mantém veto de Lula sobre DPVAT e motoristas ficam surpresos; entenda

Congresso mantém veto de Lula sobre DPVAT e motoristas ficam surpresos; entenda

Entenda o impacto da manutenção do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a cobrança do DPVAT

O congresso nacional analisou na noite desta terça-feira (28) uma série de vetos proferidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Um dos vetos que estava em pauta era relacionado ao texto que estabelece o pagamento do Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT), o antigo DPVAT.

O veto do presidente Lula tinha relação com o tamanho da punição para as pessoas que não pagam o DPVAT dentro do prazo estabelecido. O texto original previa que os motoristas inadimplentes deveriam pagar uma multa por atraso. Mas o chefe do executivo considerou que esta seria uma punição excessiva.

“Em que pese a boa intenção do legislador, a proposição legislativa contraria o interesse público, pois acarreta ônus excessivo pelo não pagamento do SPVAT”, explica o veto.

Na votação final, 389 deputados concordaram com o veto do presidente Lula, 12 foram contrários e ainda houve 1 abstenção. Como este veto foi mantido pela Câmara dos Deputados, o texto não precisou passar pela votação do Senado Federal.

O retorno do DPVAT

De um modo geral, o texto que estabelece o retorno do DPVAT indica que o valor do pagamento será cobrado de donos de veículos registrados no país. A definição do patamar, no entanto, não consta neste documento, e deverá ser tema de discussão dentro da Caixa Econômica Federal, banco que vai ficar responsável pelo fundo.

O texto também indica outros pontos como a determinação de que a quitação do DPVAT vai ser necessária para obter o licenciamento anual do carro. O mesmo vale para outras ações como a transferência de propriedade e a baixa de registro do automóvel.

O texto aprovado indica que o  seguro deverá ser anual, e a cobertura deverá abarcar os seguintes casos:
  • indenização por morte;
  • indenização por invalidez permanente (total ou parcial);
  • e reembolso de despesas médicas.

O documento estabelece que o motorista que não pagar o DPVAT estará sujeito a multa- infração grave. O licenciamento do veículo também só será concedido a partir do pagamento do DPVAT, assim como a transferência de proprietário.

Quem não pagar o DPVAT, que vai passar a ser chamado de  SPVAT, não poderá realizar operações como:

  • o licenciamento anual;
  • a transferência de propriedade do veículo;
  • e a baixa de registro de veículos.

O valor dos pagamentos do  seguro DPVAT ainda não foi definido, e será colocado em discussão dentro da Caixa Econômica Federal já nos próximos dias. Nos bastidores, membros do  congresso nacional e da área econômica federal indicam que a taxa deverá ser de algo entre R$ 50 e R$ 60.

Vale lembrar que os estados terão a possibilidade de fechar uma espécie de convênio com a Caixa Econômica federal para o pagamento do SPVAT. Assim, eles poderão juntar o  seguro com a cobrança do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

Congresso mantém veto de Lula sobre DPVAT e motoristas ficam surpresos; entenda
Lula sancionou retorno do DPVAT com vetos. Imagem: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Por que cobrança foi retomada?

Durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a cobrança obrigatória do  seguro DPVAT foi suspensa. Isso porque o fundo que realizava os pagamentos estava cheio. Assim, as liberações para quem sofria o acidente estavam acontecendo normalmente. Mas o motorista não era obrigado a pagar.

Agora, o dinheiro deste fundo está chegando ao fim. O governo optou por retomar as cobranças do DPVAT, que mesmo com outro nome, parte de uma mesma lógica. Agora, o gerenciamento do dinheiro será de responsabilidade da Caixa Econômica Federal.

A retomada do DPVAT segue gerando muita polêmica entre os brasileiros. Boa parte dos motoristas são contrários ao retorno da cobrança. Outros acreditam que a medida é positiva para garantir uma ajuda em caso de acidentes de trânsito. E você? Qual é a sua opinião sobre o assunto? Governo e congresso acertam em retomar as cobranças?

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