Confiança dos serviços CAI em outubro para MENOR nível em cinco meses

Após registrar um bom desempenho no primeiro semestre deste ano, o índice de confiança dos empresários dos serviços passou a cair, refletindo o aumento do pessimismo no setor.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), o Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 1,6 ponto em outubro, para 95,3 pontos. Esse é o menor nível desde maio deste ano (92,9 pontos), ou seja, o resultado mais fraco dos últimos cinco mês.

Com o acréscimo deste resultado, o ICS continua em patamar que reflete pessimismo do setor, mesmo que de maneira leve. A propósito, o ICS mede o grau de otimismo dos empresários do setor de serviços no país.

Vale destacar que resultados abaixo de 100 pontos indicam pessimismo, enquanto números acima dessa faixa refletem o otimismo do setor. Em suma, o resultado de outubro, em 95,3 pontos, indica que o grau de pessimismo dos empresários está leve.

A confiança do setor de serviços caiu pelo terceiro mês consecutivo influenciado pela piora das perspectivas para os próximos meses. Apesar da resiliência da demanda, há uma ligeira piora da percepção das avaliações sobre a situação dos negócios, disse o economista da FGV, Stéfano Pacini.

Pessimismo com o futuro derruba confiança dos empresários do setor de serviços
Pessimismo com o futuro derruba confiança dos empresários do setor de serviços. Imagem: Pixabay.

Situação atual sobe, mas não impede queda do ICS 

Segundo o FGV IBRE, o ICS possui dois indicadores. O primeiro é o Índice de Situação Atual (ISA-S), que até subiu em outubro, mas o resultado não foi forte o suficiente para impedir a queda da confiança no mês.

Em resumo, o ISA-S avançou 0,2 ponto em outubro, para 99,3 pontos. A variação é considerada relativamente estável e aproximou ainda mais o componente da marca de 100 pontos, que indica neutralidade.

Em outubro, os dois indicadores do ISA-S tiveram variações opostas, que fizeram o componente se manter praticamente estável no mês. A saber, o indicador que mede o volume de demanda atual subiu 1,1 ponto em outubro, para 99,7 pontos. De modo diferente, o indicador que mede a percepção dos empresários sobre a situação atual dos negócios caiu 0,7 ponto, para 98,9 pontos.

Expectativas com o futuro derrubam confiança

Por outro lado, o segundo componente do ICS, o Índice de Expectativas (IE-S), caiu 3,3 pontos em outubro, derrubando o indicador e refletindo a piora do pessimismo entre os empresários com o futuro do setor no país.

O componente IE-S caiu para 91,4 pontos, menor nível desde abril (90,2), ou seja, em seis meses. O componente ficou ainda mais longe da faixa de 100 pontos e agora mostra um pessimismo razoável entre os empresários, e não mais uma taxa apenas superficial.

Diferentemente do que aconteceu com o ISA-S, o componente de expectativas caiu fortemente em outubro porque os seus indicadores também caíram. Enquanto o indicador que mede a demanda prevista nos próximos três meses tombou 3,6 pontos no mês, para 91,3 pontos, o de tendência dos negócios nos próximos seis meses caiu 3,0 pontos, para 91,5 pontos.

Ambos os indicadores estão em patamar semelhante ao do IE-S e todos eles estão indicando que os empresários do setor seguem pessimistas com o futuro do país.

Serviços prestados às famílias perdem força

Em outubro, o principal destaque ficou com os serviços prestados às famílias. O último trimestre de 2023 começou evidenciando a desaceleração da confiança em relação a este segmento. Aliás, este segmento exerce grande influência no setor de serviços do país.

Entre os segmentos, os serviços prestados às famílias dão sinais de perda de fôlego. Após um primeiro semestre favorável para o setor, os resultados sinalizam um cenário mais desafiador com perspectivas de queda na demanda, ímpeto de contratações e tendência dos negócios“, explicou Stéfano Pacini.

Nos primeiros meses deste ano, os serviços prestados às famílias vinham crescendo de maneira mais intensa que os demais segmentos. Isso estava acontecendo, principalmente, por causa do fim das restrições impostas pela pandemia da covid-19, que impactou fortemente os serviços prestados às famílias.

Como estes serviços só podem ser realizados de maneira presencial, e o governo incentivava o distanciamento social no país, o segmento encolheu significativamente com a pandemia. No entanto, o encerramento das restrições de mobilidade deram fôlego ao segmento, mas isso mudou com a piora na percepção da demanda, algo que acontece há quatro meses.

A recuperação [dos serviços prestados à família] dependerá da melhora da confiança dos consumidores e do mercado de trabalho“, podenrou Pacini.

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