Comerciantes dizem que terão prejuízos com limitação de parcelamento sem juros (Entenda!)

Consumidores poderiam reduzir suas compras

Uma pesquisa do Instituto Locomotiva realizada nas cinco regiões do país, apontou que 72% dos comerciantes acreditam que teriam um prejuízo, com uma queda expressiva de suas vendas, se houvesse uma limitação no número de parcelas sem juros. Todavia, o Banco Central tem discutido a possibilidade com representantes do varejo.

A princípio, várias instituições financeiras também estão discutindo com o Governo Federal essa questão. De acordo com o levantamento, a limitação do número de parcelas a serem pagas pelos consumidores de produtos e serviços, sem juros, poderia trazer como consequência negativa, uma redução exponencial nas vendas.

Analogamente, essa é a conclusão de sete em cada dez comerciantes que estavam no levantamento apresentado pelo Instituto Locomotiva. Vale ressaltar que participaram da nova pesquisa, em todo o país, representantes do varejo nacional formais e informais. Todos eles possuem um faturamento de até R$5 milhões.

Desse modo, é necessário dizer que o Banco Central apresentou uma sugestão de que as compras parceladas sem juros poderiam ser em no máximo 12 vezes. Especialistas dizem que se isso ocorrer, será preciso que os consumidores reconsiderem suas opções de aquisição de diversos produtos e serviços.

Parcelamento sem juros

Ademais, em um cenário onde há uma limitação de parcelamento sem juros, os consumidores deverão pensar bastante, sendo que em alguns casos, eles acabarão por optar por adiar ou reduzir seus gastos. Haverá, portanto, uma redução expressiva na frequência de compra e nas transações comerciais do varejo nacional.

O fato é que, devido a situação econômica do país, o parcelamento sem juros é uma das únicas opções dos consumidores brasileiros, que possuem um baixo poder aquisitivo. Neste cenário, há um incentivo na aquisição de produtos e serviços nesta modalidade de pagamento, o que faz com que a economia avance.

Em síntese, os consumidores são então atraídos pela possibilidade de dividir as parcelas por alguns meses, sem ter que arcar com os custos de juros eventuais. Uma restrição a essa modalidade pode trazer consequências, por exemplo, nas negociações relacionadas ao consumo de bens duráveis em todo o país.

Portanto, a limitação do pagamento a prestações sem juros, poderia ocasionar sérios problemas econômicos, de grandes proporções. Dessa maneira, em uma outra pesquisa, 77% das pessoas afirmaram que comprariam menos se o número de parcelas sem juros, na aquisição de algum produto ou serviço fosse limitado.

Parcelamento sem juros
Parcelamento sem juros/Fonte: pixabay

Solução para o varejo nacional

Se o levantamento apresentado se tornasse realidade, 117,8 milhões de pessoas reduziriam as suas compras de produtos e serviços. A pesquisa do Instituto Locomotiva foi entre os dias 30 de agosto e 22 de setembro de 2023. Participaram do estudo, cerca de 800 comerciantes de todo o território nacional.

Uma das soluções que poderia auxiliar no desenvolvimento do setor varejista brasileiro, seria a de limitar os juros do rotativo e a quantidade de parcelas sem juros no cartão. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan defende essa ideia. Ele participou de um evento relacionado em Brasília.

Durante o evento sobre meios de pagamentos no Distrito Federal, ele disse que “a discussão do parcelado sem juros e o limite dos juros no cartão de crédito andam de mãos dadas no Brasil“. Vale ressaltar que o Ministério da Fazenda neste momento está realizando uma série de estudos relacionados ao parcelamento sem juros.

De acordo com Dario Durigan, o Governo Federal tem escutado o setor varejista brasieliro. No entanto, ele ainda não tem uma opinião formada sobre o assunto. O secretário diz que uma solução seria a de limitar os dois lados, o que pode trazer um maior equilíbrio para o mercado. Ele diz que quer conversar com o Banco Central.

Discussão sobre os juros

O Banco Central neste momento está discutindo com o setor privado, uma nova proposta. Se estabelece um limite de 12 parcelas para o pagamento de produtos e serviços sem juros, nas compras com cartão de crédito. Aliás, ele também deseja criar um teto para a tarifa cobrada na utilização das “maquiinhas”.

Em conclusão, o Banco Central tem como objetivo principal, reduzir os juros do rotativo do cartão de crédito. Enfim, o Conselho Monetário Nacional (CMN) tem um prazo de 90 dias para definir o limite relativo aos juros cobrados. O Congresso Nacional estabeleceu esse prazo através de uma lei, no início do mês de outubro.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.