Botijão de gás sobe e já compromete 8,45% do salário mínimo

Segundo informações oficiais, o botijão de gás compromete 8,45% do salário mínimo. É a maior taxa desde 2007

Famílias que sobrevivem apenas com um salário mínimo por mês, certamente estão encontrando mais dificuldades para comprar o botijão de gás. Dados mais recentes mostram que o preço médio nacional do item já chega a comprometer 8,45% do valor do salário mínimo atual, que é de R$ 1.212.

Trata-se do maior nível de comprometimento desde o ano de 2007. O levantamento em questão foi feito pelo jornal Extra. O jornal considerou os números divulgados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Os dados analisados levam em consideração os valores registrados no mês de janeiro de 2022.

Como dito, os dados são os piores desde o ano de 2007. Na ocasião, a média de preço do botijão de gás era de R$ 33,03. O salário mínimo da época era de R$ 380. Estamos falando, portanto, de uma taxa de comprometimento de 8,89%. De lá até aqui, a situação melhorou até voltar ao nível atual, que é considerado alto.

Os números analisados pelo jornal Extra mostram que a cada R$ 100 para um trabalhador ganha por mês, quase R$ 10 precisam ser reservados para a compra do botijão de gás. O que sobra, precisa ser suficiente para comprar comida, material de limpeza, material de higiene, pagamento de contas e até mesmo de outras despesas.

Como dito, os dados analisados pelo jornal Extra levaram em consideração os dados de janeiro deste ano, momento exato em que o Governo Federal definiu o valor do salário mínimo. No entanto, os números tiveram uma piora desde então. Em abril, por exemplo, o grau de comprometimento do salário mínimo já subiu para 9,3%.

Aumentos sucessivos

Desde o último reajuste do salário mínimo, o preço do botijão de gás subiu mais de R$ 11. A maioria dos economistas afirma que a elevação acontece por uma série de fatores, incluindo os problemas internacionais como a Guerra da Ucrânia.

“A gente já teve o maior impacto da guerra. Então, é provável que daqui pra frente a gente tenha um arrefecimento dessa trajetória. Mas isso também vai depender dos desdobramentos do conflito, ou seja, pode piorar também. A princípio, a gente já teve o choque inicial e a tendência é que haja um arrefecimento”, disse o economista da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP), Joelson Sampaio.

Há duas semanas, a Petrobras anunciou mais um aumento no valor do diesel. A estatal decidiu não aplicar mais uma elevação no botijão de gás, mas deixou claro que ainda há possibilidade de novas elevações no decorrer do ano.

Vale-gás

Para tentar amenizar a situação, o Governo Federal paga o vale-gás nacional. O projeto, que tem autoria do Congresso Nacional, prevê pagamentos de ao menos metade do valor do botijão de 13kg para famílias em situação de vulnerabilidade social.

No entanto, os pagamentos não são mensais, e sim bimestrais. Assim, as pessoas só recebem o dinheiro a cada dois meses. Como o Governo liberou uma parcela no mês de abril, a próxima será liberada apenas em junho.

Considerando a atual média de R$ 113 no preço do botijão de gás, é possível dizer que o vale-gás não seria suficiente para pagar nem a metade do valor. Em abril, o Governo Federal liberou R$ 51 por pessoa.

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