O Bolsa Família poderá ter um novo método de pagamento, o Drex.
Durante a última segunda-feira, 26 de fevereiro, o superintendente nacional da Caixa Econômica Federal, Rafael Dias Silva, falou sobre o assunto. A instituição é responsável pela operacionalização financeira do Bolsa Família.
De acordo com ele, então, o banco irá iniciar o período de testes, nos meses de abril e maio, para a realização do pagamento das parcelas por meio do Drex. Isto é, uma moeda digital que o Banco Central vem testando.
O principal objetivo da ação é de proporcionar que cidadãos que residam em regiões mais remotas do país possam ter acesso aos valores do benefício de uma forma mais fácil.
De acordo com Rafael Dias Silva, a implementação da moeda digital irá potencializar também a economia local, favorecendo comerciante e beneficiários.
“A Caixa atinge 99% da população brasileira, dos municípios, e entre elas as comunidades ribeirinhas. Só que muitas vezes o ribeirinho tem que se deslocar para uma cidade maior, sacar esse dinheiro e às vezes ele faz as compras em uma cidade grande e traz essas compras para a cidade dele”, pontuou Silva durante evento sobre o Drex.
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Assim, a expectativa da direção do banco estatal é que 5% dos beneficiários que fazem parte do Bolsa Família utilizem a nova tecnologia.
Ferramenta está em período de testes
Atualmente, o Drex se encontra no período de testes.
A expectativa é de que nova moeda digital facilite o acesso a diversos serviços financeiros, reduzindo o custo de produtos, como a concessão de empréstimos e seguros.
Contudo, é importante pontuar que o Drex não se trata de uma criptomoeda, mas sim de uma representação digital do Real. Portanto, poderá ser utilizado para pagamentos e outros serviços, como na aquisição de produtos.
“Quando a gente pensa Drex e uma forma que a gente consiga ‘tokenizar’, por exemplo, garantias, a gente pode trazer oportunidades para pequenos empresários, pequenas empresas terem mais liquidez, mais empréstimos e financiamentos”, destacou Rafael Dias.
De acordo com Evandro Avellar, gerente nacional de serviços financeiros da Caixa, antes do depósito das parcelas do Bolsa Família via Drex, será necessário debater a regulamentação do Banco Central para esse tipo de pagamento.
A intenção do pagamento do Bolsa Família por meio do Drex surgiu, segundo ele, no ambiente do LIFT Challenge (Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas) do BC brasileiro.
“Uma empresa demonstrou o uso e a gente se interessou. E pensamos: será que isso não se aplica a alguns casos de uso para nós? Começamos a pesquisar”, relatou Avellar.
Como são os pagamentos do Bolsa Família?
Segundo as regulamentações do Governo Federal, poderão participar do programa Bolsa Família:
- Todas as famílias que têm inscrição no CadÚnico;
- Aqueles que possuem renda mensal per capita, ou seja, por pessoa, de até R$ 218.
Então, após a reformulação do programa de transferência de renda, o Bolsa Família passou a contar com seis benefícios, sendo eles:
- Benefício de Renda de Cidadania (BRC): R$ 142 por cada membro da unidade familiar;
- Benefício Complementar (BCO): valor complementar para famílias cuja soma dos benefícios não atinja a quantia mínima de R$ 600;
- Benefício Primeira Infância (BPI): cota extra de R$ 150 para famílias que contam com crianças de zero a seis anos em sua composição;
- Benefício Variável Familiar (BVF): adicional de R$ 50 para gestantes e jovens de 7 a 18 anos;
- Benefício Variável Familiar Nutriz (BVN): cota extra de R$ 50 para cada membro com até sete meses de idade (nutriz);
- Benefício Extraordinário de Transição (BET): apenas para condições pontuais, até maio de 2025, com o objetivo de garantir que nenhum beneficiário receba quantia abaixo à do programa antes.
Desse modo, a Caixa Econômica realiza os pagamentos diretamente na conta em nome do Responsável Familiar. Isto é, o membro da família que representa todo o núcleo.
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Com os depósitos na conta, a família pode movimentar o valor da forma que preferir, seja com saque ou com transferência por PIX, por exemplo.
Calendário de pagamentos de fevereiro
Segundo o calendário oficial do Ministério do Desenvolvimento Social juntamente com a Caixa Econômica Federal, os pagamentos para o mês de fevereiro serão nas seguintes datas:
- 16 de fevereiro: NIS de final 1;
- 19 de fevereiro: NIS de final 2;
- 20 de fevereiro: NIS de final 3;
- 21 de fevereiro: NIS de final 4;
- 22 de fevereiro: NIS de final 5;
- 23 de fevereiro: NIS de final 6;
- 26 de fevereiro: NIS de final 7;
- 27 de fevereiro: NIS de final 8;
- 28 de fevereiro: NIS de final 9;
- 29 de fevereiro: NIS de final 0.
Assim, ao longo desta terça-feira, 27 de fevereiro, a Caixa Econômica Federal realiza o pagamento de mais uma parcela, desta vez para os beneficiários que possuem o seu NIS de final 8.
Como de costume, o depósito dos valores do programa assistencial ocorre sempre durante os últimos 10 dias úteis de cada mês. Estes são escalonados segundo o último dígito do Número de Identificação Social (NIS) de cada participante.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Social, pasta responsável pelo benefício, durante este mês de fevereiro, as parcelas do Bolsa Família chegarão a cerca de 21,06 milhões de famílias brasileiras, o que representa o repasse de R$ 14,45 bilhões.
Próximos pagamentos do Bolsa Família serão em março
Recentemente, o Governo Federal realizou a publicação do calendário oficial do Bolsa Família para o mês de março, sendo as parcelas nas seguintes datas:
- 15 de março: NIS de final 1;
- 18 de março: NIS de final 2;
- 19 de março: NIS de final 3;
- 20 de março: NIS de final 4;
- 21 de março: NIS de final 5;
- 22 de março: NIS de final 6;
- 25 de março: NIS de final 7;
- 26 de março: NIS de final 8;
- 27 de março: NIS de final 9;
- 28 de março: NIS de final 0.
Dessa maneira, aqueles que permanecerem no programa para o próximo mês já podem se preparar para receber seus valores nos dias acima. Basta conferir o dígito final de seu NIS e verificar a data correspondente.
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É importante que os beneficiários sempre mantenham seus dados atualizados, bem como tenham o CPF regular perante a Receita Federal. Caso contrário, poderão deixar de participar do programa social.