INSS: Bancos sinalizam retorno ao sistema do consignado

Bancos pegam LULA de surpresa e agora Governo terá que correr contra o tempo

No decorrer dos últimos dias, alguns bancos públicos e privados anunciaram oficialmente a suspensão temporária do consignado para segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A decisão pegou o Governo Federal de surpresa, e agora existe uma força tarefa para que as instituições retomem o crédito o mais rápido possível.

Os esforços, aliás, devem trazer algum resultado já em um curto prazo. Informações de bastidores indicam que representantes de bancos que suspenderam o consignado estão dispostos a conversar com membros do Governo Federal. Caso a taxa de juros seja alterada mais uma vez, eles poderão voltar a oferecer o sistema do consignado em seus portfólios.

Em entrevista concedida nesta semana, o presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Sidney Oliveira falou sobre o assunto. Depois de uma reunião privada com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, Oliveira disse que existe uma disposição pelo diálogo para que os pontos sejam resolvidos o quanto antes.

“Nós precisamos sair dessa impasse. Há toda uma disposição da Febraban e do setor bancário para que nós possamos encontrar o patamar que possa de um lado atender a um anseio do governo e de outro lado permitir a viabilidade econômica de crédito consignado”, disse o presidente da Febraban em entrevista.

“O patamar (da taxa de juros) fixado pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) de 1,70% ao mês não atende a estrutura de custo dos bancos. Tanto não atende que os bancos públicos também interromperam a concessão do consignado, ou seja, Banco do Brasil e Caixa interromperam porque não conseguem suportar com a taxa de 1,70%”, completou ele.

A redução da taxa de juros do consignado

Na segunda-feira (13), o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), realizou uma reunião para debater a situação do consignado para segurados que fazem parte do INSS.

Na ocasião, ficou acertado por 12 votos a 3 que o teto da taxa de juros deste crédito cairia de 2,14% para 1,70%. A decisão, aliás, já foi até mesmo publicada no Diário Oficial da União (DOU), na última semana.

A reação dos bancos

A decisão de reduzir o teto da taxa de juros para 1,70% não agradou o mundo financeiro. Inicialmente, bancos como Bradesco, Itaú, Santander e Banco Pan decidiram se retirar do crédito alegando que não seria possível operar com esta nova taxa.

A surpresa maior veio logo depois. Mesmo os bancos públicos ligados ao Governo Federal decidiram se retirar da linha. Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal também alegaram que não seria possível atuar no consignado com uma taxa de 1,70% ao mês.

A reação do Governo

Diante da reação dos bancos, o Governo decidiu agir mais uma vez. Na última segunda-feira (20), os Ministros da Previdência, Carlos Lupi (PDT), da Casa Civil, Rui Costa (PT), e da Fazenda, Fernando Haddad (PT), se reuniram para discutir o que fazer.

Neste encontro ficou definido que o Governo Federal vai adotar uma nova taxa mais alta do que 1,70% e mais baixa do que 2,14%. Em entrevista nesta semana, o Ministro Rui Costa revelou que a ideia é manter o valor em algo próximo dos 2%.

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