Banco Central: relação entre emprego formal e o aumento de crédito
De acordo com o Banco Central há uma relação entre o emprego formal e o aumento de crédito. Saiba mais detalhes oficiais!
O Banco Central do Brasil aponta desconcentração geográfica do crédito. Conforme informações oficiais do Banco Central, a instituição avalia a concentração geográfica da carteira de crédito do país ao longo da última década, focando nas Regiões Geográficas Imediatas (RGI), definidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Banco Central do Brasil aponta desconcentração geográfica do crédito
Assim sendo, os resultados apontam para tendência de desconcentração do crédito às pessoas físicas (PF) e microempresas. De acordo com a divulgação do BC, para o crédito total às pessoas jurídicas (PJ), não há um comportamento uniforme do índice de concentração nas RGI no período.
A medida de concentração utilizada foi o Índice de Herfindahl-Hirschman (IHH) dos saldos de crédito no nível de RGI, construído a partir dos dados do Sistema de Informações de Crédito do Banco Central (SCR).
Carteiras de crédito de pessoas físicas, de pessoas jurídicas e de microempresas
O BCB informa que foram avaliadas as carteiras de crédito de pessoas físicas, de pessoas jurídicas e de microempresas. Quanto maior o valor do indicador, mais concentrada geograficamente é a carteira de crédito do país. O IHH da carteira de crédito para PF foi decrescente ao longo do período, assim indicando desconcentração entre as localidades do país.
Emprego formal e o aumento de crédito
O emprego formal também apresenta tendência com a mesma direção, sugerindo possível relação direta entre as duas variáveis. O maior crescimento do emprego nas localidades onde também houve maior aumento do crédito para as PF corrobora essa associação. Um possível canal explicativo para essa relação direta seria o acesso mais fácil ao crédito para um trabalhador após admissão em um emprego formal, define o Banco Central do Brasil.
A relação entre as duas variáveis também é reforçada pela distribuição do emprego e do crédito às PF entre os quartis das RGI e pelo movimento demográfico que, no período, apresentou tendência de maior concentração. Por exemplo, no ano de 2011, as RGI do primeiro quartil para o crédito às PF, aqueles com os maiores valores das variáveis, tinham 81,0% do crédito total; em 2021 tal número diminuiu para 78,1%.
Empréstimos rurais da carteira PF não são considerados financiamento ao consumo
No mesmo sentido, os percentuais equivalentes para o emprego formal diminuíram de 84,2% para 82,5% no período. Além disso, a exclusão dos empréstimos rurais da carteira PF – não classificados como financiamento ao consumo e sem tendência de desconcentração, embora historicamente menos concentrados – aproxima as distribuições de emprego e crédito.
Vale ressaltar que em 2020, após o início da pandemia da Covid-19, houve pequeno aumento da concentração geográfica do crédito, estabilizando-se até o momento nesse novo patamar, conclui o documento divulgado pelo Banco Central do Brasil.