Auxílio emergencial deve ser discutido ao mesmo tempo que distribuição de renda

Nesta semana, o Brasil chegou a registrar quase 2 mil mortes em 24 horas pela Covid-19. Em um dos momentos mais graves da pandemia do novo coronavírus, o governo está analisando a volta do auxílio emergencial. O programa terminou de ser pago em dezembro de 2020. desde então, as famílias com trabalhadores mais vulneráveis não têm suporte do governo e poucas condições para conseguir trabalhar.

Grande parte da população ainda vive em insegurança alimentar, fator que ficou mais grave após o fim do auxílio. Ao todo, 61% do pagamento do programa foi utilizado para alimentação de brasileiros que têm renda mensal de até dois salários mínimos. Esse dado foi divulgado pelo Datafolha em 2020. Além disso, 49% da população negra tinha no auxílio emergencial a única fonte de renda. Entre os brancos, 38% tinham no auxílio a única fonte de renda.

Nesse cenário, mais de 250 organizações da sociedade civil estão fazendo mobilização para que a renda mínima seja adotada como solução a longo prazo. Entre as organizações que defendem a medida está o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc).

“O governo gastou com o auxílio emergencial R$ 390 bilhões e beneficiou diretamente mais de 68 milhões de pessoas e, indiretamente, mais de 100 milhões. O dinheiro retornou para a economia real. Para o sistema financeiro, o governo disponibilizou R$ 1,216 trilhão. Beneficiou quantas famílias? Não cabem na palma da mão”, criticou José Antônio Moroni, ao Instituto Humanitas, da Unisinos. Além da renda mínima, vem sido defendida também a taxação da fortuna dos mais ricos para destinar os recursos à renda básica.

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