Auxílio Brasil: relator diz que não vai aceitar “chantagem” do Governo

Relator da proposta que pode abrir caminho para o Auxílio Brasil diz que não vai aceitar “chantagem” de ninguém neste momento

O relator da Reforma do Imposto de Renda, o senador Ângelo Coronel (PSD-BA) deu uma declaração polêmica. Em evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ele disse que não vai aceitar pressão para aprovar a proposta que deve abrir caminho para o financiamento do Auxílio Brasil no próximo ano.

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Essa Reforma do Imposto de Renda já passou pela aprovação da Câmara dos Deputados. Agora, ele está no Senado Federal. O documento está por lá há semanas. De acordo com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, esse é o texto que, se aprovado, abriria caminho para os pagamentos do Auxílio Brasil no próximo ano.

Recentemente, depois de uma reunião com o próprio relator, Guedes disse que o Senado teria que aprovar esse texto. Disse ainda que se os senadores não fizessem isso, estariam passando a imagem de que não se importam com o Auxílio Brasil. O Senador Ângelo Coronel não gostou muito da postura do Ministro.

“Eu não trabalho com pressa, nem trabalho sob pressão. Não dá pra você querer fazer uma reforma de imposto de renda que mexe com todas as empresas do Brasil e também com várias pessoas físicas com esse tipo de chantagem emocional, uma chantagem tributária”, disse o Senador.

Em entrevista recente, Coronel disse que está realizando uma série de reuniões com representantes de vários setores da sociedade. Ele disse ainda que vai abrir um debate com membros da Câmara dos Deputados. De modo que ele acredita que só vai apresentar o texto pronto no final deste mês de outubro.

Pacheco

Essas críticas acabaram sendo ecoadas pelo próprio Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Em suas últimas entrevistas, ele vem dizendo que a casa não vai aceitar qualquer tipo de pressão.

Além disso, ele disse também que está procurando por outra maneira de financiar o Auxílio Brasil, que não seja essa Reforma do Imposto de Renda. Essa declaração acabou levantando a ira de muita gente dentro do Ministério da Economia.

“Não podemos colocar no colo do Congresso Nacional esta responsabilidade de aprovar um projeto estruturante como condição para algum programa social, que é o que tem mais apelo popular, mais apelo eleitoral inclusive. Nós temos que ter uma discussão técnica”, disse ele.

Auxílio Brasil

A ideia do Ministro da Economia, Paulo Guedes, é aprovar uma série de textos que estão em tramitação no Congresso Nacional. Assim, ele acredita que poderia garantir os pagamentos do Auxílio Brasil para o próximo ano.

Além da Reforma do Imposto de Renda, Guedes tem pressa também para aprovar a PEC dos precatórios. Esse é o texto que, em tese, abre caminho para que o Governo encontre espaço no Orçamento de 2022 para inserir o Auxílio Brasil.

No entanto, esse texto também é polêmico. Alguns deputados, aliás, estão dizendo que ele seria uma pedalada fiscal. Isso porque a ideia dele, na prática, é parcelar as dívidas obrigatórias que o Governo Federal tem para o próximo ano.

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