Recentemente, o deputado federal Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, falou sobre o benefício durante entrevista à CNN. De acordo com ele, então, realizar o pagamento do Auxílio Brasil fora do teto de gastos é um fato totalmente razoável.
“Temos clareza de que, se prorrogássemos o Auxílio Emergencial, o faríamos fora do teto. O fato de estarmos agora fazendo Auxílio Brasil com algum espaço fora do teto é absolutamente razoável. Nós tivemos R$ 700 bilhões de apoio aos efeitos econômicos da pandemia aos que não tiveram a atividade econômica funcionando no primeiro ano, tivemos R$ 100 bilhões no segundo, e agora teremos R$ 30 bilhões”, declarou o deputado.
A declaração do parlamentar se deu logo após o pedido de demissão de quatro secretários do Ministério da Economia. Isto é, dentre eles Bruno Funchal, secretário do Tesouro e Orçamento, e de Jeferson Bittencourt, secretário do Tesouro Nacional.
Assim, apesar dos secretários relatarem que os pedidos de demissão se deram por questões pessoas, alguns especulam sobre a discordância sobre a quantia de R$ 400 que o Auxílio Brasil irá conceder.
Além disso, durante a entrevista, o deputado também comentou sobre os impactos que a pandemia causou no país. Nesse sentido, ele declarou que o acontecimento acabou prejudicando a gestão do atual ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo o parlamentar, o ministro possuía um plano de gestão que poderia ter colocado o Brasil em um outro lugar, incentivando a economia e o crescimento do país.
Bolsonaro fala sobre o valor do Auxílio Brasil
Durante seu pronunciamento com o ministro Paulo Guedes, Jair Bolsonaro declarou que o aumento dos índices da inflação, devido à ação da pandemia, acabou piorando a condição de vida das pessoas mais vulneráveis do país. Por este motivo, portanto, o governo optou por aumentar o valor do Auxílio Brasil, novo programa social de sua gestão.
“Agravou-se a questão da inflação chegando aos dois dígitos. Isso não é exclusivo do Brasil, o mundo todo vive esse problema, como o Reino Unido, por exemplo, a Europa quase como um todo. Acompanhamos o aumento de preço nos Estados Unidos. E o Brasil é um dos países que, na economia, é um dos que menos está sofrendo”, pontuou o presidente em pronunciamento na sede do Ministério da Economia.
“Agora, contudo, tem uma massa de pessoas que são os mais necessitados. Hoje em dia, em torno de 16 milhões de pessoas, que estão no Bolsa Família, cujo ticket médio está na casa dos R$ 192. E a gente vê esse valor completamente insuficiente para o mínimo. Assim sendo, com responsabilidade, vínhamos estudando há meses essa questão, onde chegou-se a um valor. Deixo muito claro a todos os senhores: esse valor, decidido por nós, tem responsabilidade. Não faremos nenhuma aventura. Não queremos colocar em risco nada no tocante à economia”, completou Bolsonaro.
Anúncio do novo valor gerou debate
O presidente e o atual ministro da economia decidiram realizar um pronunciamento oficial depois da repercussão negativa do novo valor do benefício. Esta, por sua vez, ocorreu pois a quantia irá utilizar recursos financeiros extras, furando o teto de gastos.
Segundo informações do Governo Federal, o Auxílio Brasil deverá contemplar cerca de 17 milhões de pessoas, se iniciando a partir do próximo mês com um valor mínimo de R$ 400 por família. Dessa quantia, R$ 100 correspondem ao valor fora do teto de gastos.
Assim, a reformulação do programa deverá contar com o aporte extra de cerca de R$ 30 bilhões. Desse modo, vem gerando um conflito dentro do setor econômico da gestão, o que acabou causando uma resposta negativa do mercado financeiro. Além disso, a crise interna do governo impactou diretamente a Bolsa de Valores, que chegou a registrar uma queda de 4% durante os últimos dias.
Como funcionará o Auxílio Brasil?
O Auxílio Brasil será o novo programa social que deverá substituir o Bolsa Família a partir do mês de novembro. Assim, o programa contará com um reajusta de 20%, como informa o atual ministro da Cidadania, João Roma. A determinação de Bolsonaro é que nenhuma família em condição de vulnerabilidade receba menos de R$ 400.
“O programa permanente, que é o Auxílio Brasil, que sucede o Bolsa Família, esse programa tem um tíquete médio, portanto, o valor do benefício varia de acordo com a composição de cada família. Então, existem famílias que estão recebendo menos de R$ 100, e tem outras que recebem até mais de R$ 500. Esse programa terá um reajuste de 20%”, detalhou o ministro da Cidadania, João Roma.
“Além disso, o Presidente Jair Bolsonaro nos demandou que a todos aqueles que fazem parte da pobreza e extrema pobreza que estão no programa social através do Cadastro Único, do SUAS [Sistema Único de Assistência Social], que nenhuma dessas famílias beneficiárias receba menos de R$ 400”, completou o ministro.
Contudo, é importante lembrar que esse valor de R$ 400 deverá durar apenas até o final do próximo ano. Depois desse período o benefício deverá ter baixa.
“Estamos estruturando um benefício transitório que funcionaria até dezembro do próximo ano e esse benefício transitório teria por finalidade equalizar o pagamento desses benefícios para que nenhuma dessas famílias recebam menos de R$ 400”, pontuou o ministro.
Reformulação do benefício
Por fim, de acordo com o líder da pasta da Cidadania, o número total de cidadãos participantes será ampliado. Dessa forma, será possível chegar a 17 milhões, número maior quando em comparação com o Bolsa Família.
“Em novembro já começa ser pago o Auxílio Brasil e em dezembro ele vai, portanto, zerar a fila. Hoje, o programa permanente contempla 14,7 milhões de famílias e pretendemos chegar perto de 17 milhões de famílias”, disse o ministro.
Ademais, João Roma também frisou a importância do lançamento do novo benefício. Para ele, o novo programa é uma medida transformadora que irá possibilitar a emancipação de seu beneficiário.
“O Auxílio Brasil está integrando políticas sociais para que dessa maneira possamos, além de oferecer uma teia de proteção social para a população em situação de vulnerabilidade, poder também agir com forte peso na transformação social oferecendo possibilidades e estímulos a esses brasileiros para que possam encontrar melhor qualidade de vida”, disse João Roma.