Aplicativos: 16% dos brasileiros usam como ÚNICA fonte de renda

Segundo uma pesquisa do Instituto Locomotiva e que foi obtida com exclusividade pelo Estadão, o Brasil tem hoje cerca de 32,4 milhões de pessoas que trabalham utilizando algum aplicativo. Isso representa 20% da população adulta. Desse total, 16% têm os aplicativos com única fonte de renda, que corresponde a mais de 5,18 milhões de pessoas.

Antes do início da pandemia, ou seja, em fevereiro de 2020, esse número era 11,4 milhões menor, totalizando cerca de 21 milhões. Nessa ocasião, apenas 13% da população adulta se utilizava de aplicativos para trabalhar, mas com o avanço da pandemia, esse número acabou se tornando cada vez maior.

Milhares de estabelecimentos, restaurantes e lojas tiveram que aderir o uso de aplicativos para realizar suas vendas e prestação de serviços no Brasil. Por conta disso, a pandemia acabou de diversas formas acelerando o processo de digitalização no território brasileiro, que apesar disso, ainda tem muito a evoluir.

Instituto Locomotiva utilizou parâmetros da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para selecionar 1500 pessoas para participar da pesquisa. Importante dizer que as entrevistas começaram a serem feitas no dia 12 de março de 2021 e terminou apenas no dia 19 de março.

As exceções da pesquisa sobre o uso de Apps no trabalho

Mas alguns critérios foram utilizados na hora de se incluir esses dados referente a pesquisa. Um deles é o fato de considerar tanto os aplicativos utilizados para trazer novos clientes, quanto também para que essas empresas tenham novos parceiros de serviços. Além disso, o método utilizado inclui os aplicativos usados para facilitar a comunicação da própria empresa.

Além disso, a marca alcançada na pesquisa ficou acima das expectativas de quem a elaborou. Segundo o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, isso é um número muito grande. O dado inclui o brasileiro sem renda e que não consegue viver apenas com o auxílio emergencial. Isso mostra que os aplicativos se tornaram os maiores empregadores no Brasil hoje”.

 Renato Meirelles ainda continuou explicando que “Não se trata apenas de subemprego, os aplicativos ajudaram muito para que diversas empresas conseguissem se manter em pé. Houve um processo forte de digitalização na pandemia e esse é um caminho sem volta.” 

Os aplicativos que mais se destacaram na pesquisa

Os aplicativos acabaram se tornando não mais um complemento para as empresas, mas uma peça fundamental de todo processo, desde a prospecção de novos clientes, até a um bom funcionamento da empresa no ambiente interno. Isso atingiu um outro patamar com a pandemia, por conta da necessidade de distanciamento social e diminuição das relações humanas presenciais.

Entre os aplicativos mais utilizados, os 5 que se destacaram foram:

  1. Facebook – 34%;
  2. Whatsapp – 33%;
  3. Aplicativos de transporte: Uber e 99 Táxi – 28%;
  4. Aplicativos de vendas online – 26%;
  5. Ifood, Uber Eats ou Rappi – 14%.

Além disso, 16% que responderam ter apenas os aplicativos como única fonte de renda, 15% disseram que metade do que ganham vem dessas ferramentas digitais. Importante dizer que 24% utilizam os aplicativos apenas para um renda extra ou algum tipo de trabalho eventual, mas que não necessariamente depende disso para o sustento. 

O que não se pode negar é que a importância da tecnologia na renda dos brasileiros aumentou ao longo do ano de 2020. Apesar disso, essa é uma mudança que deve permanecer, é o que dizem alguns especialistas, como Wilson Amorim, especialista em Mercado de Trabalho.

Em suma, Amorim diz que “O que temos é uma realidade incontornável. Essas empresas agora são parte da paisagem da vida moderna, estando no meio do caminho entre a oferta e a demanda de produtos e serviços, como um intermediário”.

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