Apenas 32% dos trabalhadores acreditam receber uma remuneração justa, diz pesquisa mundial
Confiança organizacional é o principal impulsionador das percepções dos colaboradores sobre a equidade salarial
Apenas 32% dos funcionários acreditam que recebem uma remuneração justa. Essa é uma das novidades da nova pesquisa mundial do Gartner, consultoria de pesquisa e aconselhamento para empresas. O levantamento foi produzido no segundo trimestre de 2022 a partir de uma amostragem de 3.523 colaboradores e 104 líderes de RH de todo o mundo.
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A pesquisa do Gartner também descobriu que as pessoas que percebem seu pagamento como injusto têm uma intenção 15% menor de permanecer com no atual emprego e são 13% menos engajadas no trabalho na comparação com quem está feliz com o salário.
A consultoria lembra que a sensibilidade dos colaboradores às diferenças salariais percebidas está sendo exacerbada pelas condições econômicas de hoje, incluindo o aumento da inflação. Em outros países, ainda há um problema do aquecimento do mercado de trabalho, que está causando uma mudança na remuneração entre profissionais efetivos e novos contratados.
A maioria das percepções dos profissionais em relação ao pagamento é atribuída à confiança geral na organização. Os fatores que corroem a confiança organizacional, incluem cultura e inclusão deficientes, falta de harmonização entre vida pessoal e profissional, além de experiências injustas.
Dados mostram que apenas 38% dos participantes da pesquisa relatam que entendem como a remuneração é determinada. Quando as organizações educam os colaboradores sobre como o pagamento é feito, a confiança na organização aumenta em 10% e as percepções sobre equidade salarial aumentam em 11%.
O que as empresas estão fazendo
A maioria das organizações está tomando de forma ativa medidas para eliminar as disparidades salariais. Segundo pesquisa do Gartner, 84% das empresas estão conduzindo auditorias de igualdade de pagamento, mas ainda há muito o que se fazer.
Os pesquisadores do Gartner dizem que as percepções dos colaboradores sobre a equidade salarial não estão enraizadas na remuneração, e sim na percepção da confiança organizacional. A consultoria diz que, quando as pessoas não confiam em seus empregadores, elas não acreditam que sua remuneração é justa ou equitativa.
Para melhorar a compreensão dos colaboradores sobre suas remunerações, o RH deve reconquistar a confiança deles em relação à organização. Os profissionais recebem poucas informações sobre remunerações diretamente da organização nas quais trabalham.
A pesquisa do Gartner mostra que quase 43% das pessoas discutem seus pagamentos com colegas de trabalho que ocupam função semelhante, enquanto 45% consultam, pelo menos uma vez por ano, sites com informações de terceiros. Na verdade, a mesma pesquisa constatou que menos de um terço dos colaboradores está ciente sobre o quanto sua organização prioriza a equidade salarial.
Por isso, o Gartner recomenda a comunicação sobre a equidade salarial para construir confiança organizacional e melhorar o entendimento dos profissionais, assim como a educação sobre os processos de pagamento.
O que mais podem fazer
O Gartner também recomenda mais responsabilidade por parte das empresas. A maioria das ações que criam problemas de equidade salarial ocorre fora da função de RH e é resultado de decisões do gerente. A maioria das disparidades salariais decorre de decisões sobre contratação, promoção e avaliação de desempenho.
Apesar da influência limitada sobre esses fatores, os processos de equidade salarial estão isolados na função de RH na grande parte das organizações. Para abordar e sustentar a equidade salarial de forma eficaz em toda a organização, os líderes de RH devem ampliar o escopo da responsabilidade pela equidade salarial e garantir que os gerentes considerem as implicações desse tema ao tomar decisões críticas de pessoal e de remuneração.
Conforme a pesquisa do Gartner, 72% dos gestores de recompensa relatam que os líderes de suas organizações acreditam que a equidade salarial é uma prioridade alta ou muito alta. No entanto, os tomadores de decisão não priorizam esse assunto na prática, principalmente ao contratarem talentos críticos. Os times de RH podem criar times dedicados a esse assunto com uma visão ampla dos fatores que causam as lacunas nas remunerações e a autoridade para corrigi-los.
A recomendação do Gartner é que os gerentes sejam equipados com ferramentas que lhes indiquem ações para alcançarem remunerações mais equitativas em suas equipes, sem deixar de responder às outras demandas do negócio.