Um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em conjunto com o Sebrae, apontou que cerca de 29% dos brasileiros se utilizaram de nomes de amigos ou familiares nos últimos 12 meses para realizar compras.
As principais razões que explicam essa situação, são a falta de crédito ou de uma reserva de emergência. Segundo a pesquisa, 23% dos brasileiros entrevistados apontaram o CPF negativado e o limite de cheque ou cartão de crédito estourado como principais causas para precisarem recorrer a amigos e familiares para realizar as compras.
A maior parte das pessoas, 23%, fornece ajuda a terceiros emprestando o cartão de crédito, depois dessa forma, a mais comum é o empréstimo de cartões de lojas (4%). Na hora da escolha de a quem procurar para uma emergência financeira, 23% recorreram aos pais, 21% aos cônjuges, 20% a outros familiares, 17% aos irmãos e 14% aos amigos.
O presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas, José César da Costa, ressaltou que é necessário pensar sobre a responsabilidade de liberar o nome para um conhecido realizar compras nele.
“Pode ser difícil dizer não a um amigo ou familiar, principalmente quando se alega dificuldades financeiras, mas é possível ajudar indicando a renegociação de dívidas, a reorganização das finanças ou mesmo sugerindo a venda de algum bem. O artifício do empréstimo de nome pode gerar transtornos para ambas as partes, trazendo danos financeiros, emocionais e até mesmo abalando relações de amizade e parentesco”, destaca o especialista.
Argumentos utilizados por quem precisa emprestar o nome de terceiros
Segundo a pesquisa realizada pela CNDL em conjunto com o Sebrae os principais argumentos apresentados por quem precisa emprestar o nome de terceiros para realizar compras foram, realizar compras no supermercado (19%), quitar dívidas (15%), necessidade de comprar roupas, calçados e acessórios (14%), comprar itens para os filhos (11%), reforma da casa (10%) e comprar presentes em datas especiais (8%).
Segundo o levantamento, 87% dos brasileiros entrevistados disseram que pagaram as parcelas em dia das compras feitas em nome de terceiros. Por outro lado, 16% disseram ter deixado atrasar pelo menos uma das parcelas.
“Quem empresta o nome precisa entender a real necessidade do outro lado. Muitas vezes, a melhor ajuda é orientar esse amigo ou familiar a dar prioridade para o pagamento de dívidas em vez de estimular que a pessoa assuma mais compromissos, sem saber se ela terá condições de arcar com o pagamento”, orientou José César da Costa.
Consequências para brasileiros que emprestaram o nome para realização de compras
Uma possível consequência observada no estudo é a negativação da pessoa que emprestou o nome, essa situação foi mencionada por 12% das pessoas que por algum motivos atrasam os pagamentos.
Já para quem recorre ao empréstimo do nome de terceiros as consequências são um pouco diferentes. Pelo menos 30% das pessoas que pediram o nome de outros emprestado para realização de compras relataram estarem sendo cobradas por quem liberou o CPF.
Por conta das complicações ligadas a essa prática, 60% dos brasileiros entrevistados disseram que optam por não liberar o nome para conhecidos realizarem contas ou quitarem dívidas.