Voto impresso 2022: Bolsonaro manda Guedes “arranjar recursos”; Entenda
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a falta sobre o voto impresso nesta terça-feira (23). Desta vez ele mandou o ministro da Economia, Paulo Guedes, “arranjar recursos” para que a medida seja colocada em prática em 2022.
A declaração foi dada no evento do Plano Safra 2021/2022, voltado ao crédito para o agronegócio.
“Se a Câmara e o Senado aprovarem essa peça e for promulgada, nós teremos voto impresso em 2022. A democracia não tem preço, então tenho certeza que pela 1ª vez o Paulo Guedes vai cumprir norma minha”, declarou.
E disparou: “Paulo Guedes, se passar, você vai arranjar recursos para que o voto impresso seja realidade em 2022. Ok, PG?”, ordenou para o ministro.
A deputada Bia Kici, aliada de Bolsonaro e autora da proposta, foi chamada também pelo então presidente para dar uma declaração no evento. No palco, a parlamentar afirmou que o voto impresso daria mais transparência para as eleições
Urnas auditadas e voto impresso
O voto impresso mesmo sendo defendido por Bolsonaro, é criticado por muitas autoridades, que afirmam que a medida colocaria o caráter sigiloso do voto em risco.
Autoridades do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como o ministro Luís Roberto Barroso, afirmam que não há tempo hábil para implementação da medida.
Barroso também classifica a ação como um retrocesso.
“O voto impresso vai potencializar o discurso de fraude e vão pedir, como já se pediu aqui, a contagem pública de 150 milhões de votos, e contagem pública só pode ser manual”, contou.
E completou: “portanto, nós vamos entrar no túnel do tempo, e voltar ao tempo das fraudes em que as pessoas comiam votos, urnas desapareciam, apareciam votos novos. Nós vamos produzir um resultado muito ruim, portanto vai ser um mal para a democracia brasileira”, declarou.
Desde 1996, quando as urnas eletrônicas passaram a funcionar no Brasil, nenhum órgão publico ou então pesquisas independentes, como estudos matemáticos e estatísticos, levantaram suspeita de fraude do processo.
Na realidade, as urnas já são auditáveis. Um dia anterior da votação, os juízes eleitorais do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), sorteiam as urnas já instaladas no locais de votação, retiram suas fichas e conferem publicamente.
Além disso, o software de votação é instalado em período especifico e as urnas são lacradas.