As vendas das grandes redes de varejo de supermercado caíram entre abril e junho, em comparação com o mesmo período no ano passado. Sendo assim, a queda na renda dos brasileiros, derrubada por conta da pandemia, o desemprego e a inflação são apontados como as responsáveis pela queda no consumo.
Nesse contexto, produtos básicos como carne e arroz subiram muito no preço no ano passado e, como consequência, o brasileiro está comprando menos. Além disso, ainda neste sentido, a redução no valor do Auxílio Emergencial também contribuiu com a queda no consumo no supermercado por parte da população.
“Há um ano, vimos o auge, o pico para as pessoas enlouquecidas por compras”, recorda Eugênia Fonseca, gerente de marketing do grupo Hirota Food. “Em maio, começou a acender a luz amarela. Em junho, a gente fechou 7% abaixo da meta. Em julho, a gente fechou igualmente abaixo”, completa.
Portanto, é possível ver que os impactos da pandemia de Covid-19 continuam tendo efeito no consumo e na renda dos brasileiros. Agora, são os supermercados que estão colhendo grande parte dos frutos dos impactos negativos da pandemia sobre os brasileiros, principalmente sobre o consumo dos mesmos.
Impactos da pandemia no supermercado
A professora de economia do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) Juliana Inhasz, explica o impacto de um ano para o outro no setor do supermercado. Dessa maneira, ela diz que o início da pandemia começou de maneira favorável aos supermercados, por terem sido um dos únicos setores a continuar aberto como serviço essencial.
“2020, por incrível que pareça, foi um ano bom para os supermercados: as pessoas estavam dentro de casa, não estavam consumindo alimentação pronta, então muita gente teve que comprar produtos para conseguir fazer o almoço, a janta, passaram a fazer a alimentação dentro de casa, isso acabou alavancando bastante as vendas”, diz a professora.
Portanto, para evitar prejuízos, os supermercados estão investindo em promoções para atrair o consumidor. “Muita parceria da indústria para promoção de preço e promoção com sorteio”, diz Eugênia.
“A saída para contribuir com o momento atual, tanto do varejo quanto da indústria, é, de fato, sentar na mesa e negociar mais”, afirma o economista-chefe da Associação Paulista de Supermercados, Rodrigo Mariano.
Três maiores redes do setor registram quedas
Nas três maiores redes de supermercados do país, é possível ver a queda nas vendas entre abril e julho. Em relação aos números da queda de cada supermercado, no Extra, hipermercado do Grupo Pão de Açúcar, as vendas caíram 24,1% de abril a junho. Já no Pão de Açúcar, recuaram 13,9% e, no Carrefour, 7,3%.
Portanto, é possível ver o impacto da pandemia através dos números registrados pelas grandes redes de supermercados. No entanto, é esperado que o impacto negativo da baixa no consumo afete ainda mais os supermercados locais, que não pertencem a grandes
redes, e dependem dos lucros para se manter.
Por fim, é esperado que com a prorrogação do Auxílio Emergencial, o consumo dos brasileiros continue no mesmo nível, com menor perigo de maiores baixas no supermercado. Além disso, é importante ressaltar, que com o aumento da vacinação, é esperado que a economia do país melhore e, consequentemente, aumente o consumo dos brasileiros.