O mercado de tablets fechou o terceiro trimestre de 2022 com queda de 33% em relação ao mesmo período de 2021. Entre julho e setembro desse ano, foram comercializados 557 mil tablets, dos quais 375 mil foram para o varejo e 182 mil para o corporativo – quedas de 20% e 50%, respectivamente. As informações fazem parte do IDC Personal Computing Devices Tracker Q3 2022, realizado pela IDC Brasil, empresa de inteligência de mercado e serviços de consultoria das indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações.
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Segundo a IDC Brasil, a redução das entregas dos acordos na área de educação levou ao desaquecimento das vendas, representando apenas cerca de 20% (36 mil unidades) dos aparelhos comercializados em âmbito corporativo. O grande destaque positivo, por outro lado, foi em relação ao Large Business, que representou 80 mil unidades.
O recuo pode ser explicado pela perda de participação no mercado de educação, que costuma ser intenso em modelos de entrada, com valores entre R$ 600 e R$ 1.000. Com relação ao varejo, a IDC atribui a baixa nas vendas às questões econômicas do País, como, por exemplo, a alta da inflação, que reduz consideravelmente o poder de compra da população.
O preço médio dos tablets no terceiro trimestre de 2022 ficou cerca de 32% maior, em torno de R$ 1.415. Já a receita diminuiu 12% na comparação ano a ano, chegando a R$ 788 milhões.
Trimestres anteriores
No primeiro trimestre de 2022, foram vendidos 713 mil tablets no Brasil, resultado 31% menor do que no mesmo período de 2021. Desse total, 367 mil aparelhos foram para o varejo e 346 mil para o corporativo, representando quedas de 45% e 1%, respectivamente, na mesma comparação temporal.
Mas o preço médio dos tablets – que gira em torno de R$ 1 mil – ficou cerca de 10% maior, o que não foi o suficiente pra evitara a queda da receita, que foi de 23% ano a ano. Nos primeiros três meses de 2022, esse resultado foi de R$ 736 milhões.
No segundo trimestre de 2022 haviam sido vendidos 543 mil tablets, resultado 29% menor do que no mesmo período de 2021. Do total, 186 mil aparelhos foram para o varejo e 357 mil para o corporativo.
Quanto ao preço médio dos tablets – que girou em torno de R$ 1.377 –, aumentou 55% no período, resultando em uma receita 11% maior que em 2021, com R$ 748 milhões.
Segundo a consultoria, o recuo nos seis primeiros meses deste ano se deu, principalmente, em função das questões econômicas que vêm reduzindo o poder de compra da população, como a alta da inflação e da taxa de juros.
Expectativa
A projeção da IDC indica uma desaceleração acentuada do mercado de tablets no final do ano de 2022 e um ano de 2023 desafiador para esse mercado. O que mais impacta é a falta de demanda. Outro problema é a procura por especificações de tablets melhores e a alta da taxa de juros, que fazem com o que o consumidor demore mais para efetuar a compra. Com os juros altos, outro efeito é a tentativa de diminuir o número de parcelas, postergando a compra, lembra a consultoria.
A expectativa é que as vendas no varejo, no quarto trimestre, mantenham um patamar similar ao do terceiro com pequena melhora, mas ainda abaixo do registrado em 2021. A queda do poder de compra, causado pela situação econômica do país, com alta da inflação e taxa de juros, deve manter as expectativas baixas.
Já no segmento B2B, a perspectiva é de retração ainda mais forte, principalmente no setor da educação, já que a demanda vem do setor público e a possível mudança na agenda de investimento do governo deve reduzir o volume de recursos destinados ao segmento. Os investimentos voltando aos patamares de 2020 para os setores públicos, como educação, e a troca de governo, que também traz muitas incertezas, afetam os investimentos de curto prazo.