Vendas de ingresso por app ganham destaque no Brasil

Pesquisa mostra como compra de serviços online to offline tem amadurecido no Brasil

A transformação digital pela qual a sociedade brasileira passou durante a pandemia impactou também no comportamento de compra de ingressos. Depois de assistir a eventos virtuais ao longo de dois anos, o brasileiro voltou a frequentar casas de show, cinemas e teatros, mas trouxe consigo o novo hábito de comprar os tíquetes em ambiente online, como apps e sites móveis. A avaliação é da pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Pagamentos móveis e comércio móvel no Brasil – setembro de 2022.

Dos quatro segmentos de serviços online to offline (O2O) monitorados pela pesquisa, o de apps de venda de ingressos foi o que registrou maior crescimento nos últimos 12 meses. Entre agosto de 2021 e agosto de 2022, subiu de 37% para 46% a proporção de brasileiros com smartphone que já compraram ingressos através de apps, um aumento de nove pontos percentuais. 

No mesmo intervalo de tempo, a proporção desses consumidores que compraram pelo menos um ingresso via app nos últimos 30 dias subiu de 36% para 46%. 

O Ingresso.com continua sendo o app favorito do brasileiro nesse segmento, citado como o mais utilizado para essa finalidade por 22% dos consumidores que compram ingressos por app. Contudo, o Ingresso.com caiu sete pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, publicada em abril, quando havia sido mencionado como o mais usado por 29%. 

Quem subiu no mesmo período foi o Sympla, que passou de 4% para 8%. Além disso, alguns apps entraram na lista ao superarem pela primeira vez a marca de 2% de menções: Ingresse, Eventim e Moviecom. 

Serviços tipo Uber são os líderes do O2O 

O uso de apps para solicitação de corrida de táxi ou carro particular é um dos serviços O2O mais consolidados no Brasil e assim permaneceu ao longo dos últimos 12 meses. A maioria dos brasileiros com smartphone (84%) já pediram corrida via app – eram 82% um ano antes. E, nesse grupo, 74% utilizaram tal serviço pelo menos uma vez nos últimos 30 dias – mesmo percentual de um ano atrás. 

A principal novidade nesse serviço é a retomada do crescimento da Uber na preferência do brasileiro. O app, que lidera o ranking nesta pesquisa há anos, vinha registrando uma gradual erosão da sua popularidade nas últimas edições, mas desta vez voltou a subir, sendo apontado como o favorito por 74% dos usuários, um aumento de quatro pontos percentuais em seis meses. O 99, por sua vez, caiu de 23% para 20% nesse intervalo. 

Apps de comida perdem relevância 

Depois do salto registrado em 2020 por causa do isolamento social decorrente da pandemia, o segmento de delivery de comida se estabilizou: 83% dos brasileiros com smartphone já pediram uma refeição através de app. Por outro lado, a proporção nesse grupo que pediu ao menos uma refeição nos últimos 30 dias caiu levemente, de 82% para 79%. 

O que mais impressiona nesse mercado é a contínua ascensão do iFood, que se distancia ainda mais na liderança, apesar de ter enfrentado concorrentes apoiados por grandes players internacionais nos últimos anos, como Uber Eats (que acabou abandonando a operação brasileira) e 99Food. 

Um ano atrás, o iFood era apontado como app favorito de delivery de comida por 72% dos brasileiros. Seis meses depois, subiu para 76%. E agora é o favorito de 80%. Nenhum dos seus rivais têm mais de 5% de citações. E o segundo colocado não é um app de delivery, mas o WhatsApp, provavelmente utilizado por pequenos bares e restaurantes para a coleta de pedidos.  

Metodologia de pesquisa 

A Panorama Mobile Time/Opinion Box – Pagamentos móveis e comércio móvel no Brasil é uma pesquisa independente produzida por uma parceria entre o site de notícias Mobile Time e a empresa de soluções de pesquisas Opinion Box. Nesta edição foram entrevistados 2.085 brasileiros que acessam a Internet e possuem smartphone, respeitando as proporções de gênero, idade, renda mensal e distribuição geográfica desse grupo. As entrevistas foram feitas on-line entre 24 e 31 de agosto de 2022. Esta pesquisa tem validade estatística, com margem de erro de 2,1 pontos percentuais e grau de confiança de 95%.

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