Nesta terça-feira, o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas lançou o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR). O novo índice deve servir como mais uma opção de análise do valor do aluguel no mercado imobiliário.
De acordo com o coordenador do IPC Brasil do Ibre, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais já era calculado, entretanto, era realizado com uma metodologia diferente. O IVAR era um subíndice no cálculo do IPC-S e do IGP-M. Paulo Picchetti ainda informou que antes, eram considerados e monitorados os preços de aluguéis em anúncios de locação de imóveis.
“Esse claramente não é um método ideal porque a gente sabe que o preço pedido não necessariamente é o valor da transação efetiva, o valor é o que está no contrato, após negociações”, afirma.
Entenda como funciona o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais
O índice de Variação de Aluguéis Residenciais tem como objetivo analisar o valor real dos aluguéis imobiliários, ou seja, o preço que está definido nos contratos. Desse modo, a equipe responsável pela elaboração do IVAR teve acesso aos contratos de aluguéis formados mensalmente e o reajuste de contratos.
Paulo Picchetti também afirmou que a alteração nessa metodologia já gerou divergência nas análises. Com a antiga metodologia havia sido registrada uma alta de 4,45%, enquanto com a nova metodologia do índice o acumulado do ano obteve uma queda de 0,61%.
“Estamos vivendo um momento particular, de pandemia, recessão, e o mercado está sofrendo pela perda de poder aquisitivo das famílias. A realidade dos últimos dois anos foi nessa direção, de negociar os preços para baixo”, afirmou.
O coordenador do IPC Brasil ainda informou que em geral, os valores anunciados e os praticados são diferentes, apesar disso, não são sempre menores. “Pode se reverter no futuro, se um anúncio gera muitos interessados, o proprietário consegue negociar para cima, por exemplo”.
Saiba qual a relevância dos índices no valor do aluguel
O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) é um dos grandes referenciais no reajuste do valor do aluguel a décadas, apesar de não ter sido criado para isso. Sendo assim, o IVAR consegue trazer informações que condizem mais com a realidade do mercado imobiliário brasileiro. Mas é importante lembrar que mesmo com as análises feitas pelo índice, o valor do aluguel e negociações dependem da aprovação do dono do imovel e do locatário.
Apesar do valor do aluguel ter diminuído durante a pandemia por conta de negociações feitas por proprietários e locatários, o IGP-M tem registrado alta. “Nos dois últimos anos, vemos essa tendência de queda nos aluguéis, não alta, mas o IGP-M acumulou quase 17% de alta, o IPCA, outra alternativa que surgiu para os reajustes, fechou em 10%”, afirmou Paulo Picchetti.
Pichetti ainda falou sobre o intuito do Índice de Variação de Aluguéis Residenciais de garantir uma informação mais real a respeito do valor do aluguel. “O motivo principal para a criação do IVAR é oferecer uma informação de melhor qualidade para o público. O uso que vão fazer nós não temos controle, mas a experiência mostrará se terá adesão ou não” disse Paulo Picchetti.