Uber Eats vai deixar de fazer entregas de restaurantes a partir de 8 de março

Uber Eats vai deixar de fazer entregas de restaurantes a partir de 8 de março

A partir do dia 8 de março o aplicativo de delivery Uber Eats deixará de fazer entregas de restaurantes. De acordo com o comunicado realizado nesta quinta-feira (6), a companhia disse que continuará funcionando, mas somente para itens de supermercados, lojas e farmácias.

Em um anúncio a empresa disse que “a empresa vai trabalhar em duas frentes: com a Cornershop by Uber, para serviços de intermediação de entrega de compras de supermercados, atacadistas e lojas especializadas; e de entrega de pacotes pelo Uber Flash” aposentando o Uber Eats.

A empresa também está integrando em mais regiões o serviço de Uber Moto, esta modalidade disponível no app da Uber que permite aos usuários solicitarem corridas por motocicletas. Lançada em novembro de 2020, é uma excelente alternativa para aqueles que buscam viagens a um custo reduzido e de forma mais ágil.

Seguro para entregadores

Nesta quarta-feira (05) o presidente Jair Bolsonaro sancionou novo projeto de lei que obriga empresas de aplicativos a contratar para seus entregadores seguro para acidentes durante o período de trabalho. De acordo com o texto divulgado pela Secretaria-Geral da Presidência da República, as apólices de seguro não deverão ter franquia e devem cobrir acidentes pessoais, invalidez permanente ou temporária e também em caso de morte.

Além disso, as empresas devem assegurar aos entregadores que forem afastados por infecção pelo novo coronavírus assistência financeira por 15 dias, medida que pode ser prorrogável por mais dois períodos de 15 dias, mediante apresentação de laudo médico.

Todavia houve um veto de Bolsonaro, no trecho em que mandava as empresas fornecerem alimentação aos entregadores por meio dos programas de alimentação do trabalhador (PAT), alegando que a medida acarretaria renúncia de receita sem medidas compensatórias. Também de acordo com a nova legislação, as empresas são obrigadas a fornecer máscaras, álcool em gel, água potável e sanitários dentro dos estabelecimentos aos entregadores.

“Isso é um grande avanço, até mesmo pelas condições. Os entregadores podem ser grandes vetores da doença [coronavírus]. Dessa forma, as empresas também devem fornecer uma espécie de treinamento, orientação de como proceder com as entregas”, ressaltou o advogado trabalhista, Miguel Marin Ruiz.

Detalhes do Uber Eats

Em outro momento, o aplicativo disse ainda que planeja expandir no Uber Direct, uma opção corporativa que permite que lojas façam entregas no mesmo dia para seus clientes, e em meios de transporte, como motos e táxis, para oferecer seus produtos com muito mais facilidade e agilidade.

De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o fim do Uber Eats no Brasil deixa o setor muito apreensivo. Para Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, este fim significa uma grande perda de competitividade no mercado de delivery.

Em outubro de 2019, a Uber comprou participação majoritária da startup chilena Cornershop e integrou os pedidos de supermercado ao Uber Eats. Tal participação foi um avanço no mercado brasileiro, levando em consideração que o mercado de delivery por aplicativos é dominado pelo iFood, com mais de 70% de participação.

Já em março do ano passado, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) proibiu a empresa de realizar novos contratos de exclusividade com restaurantes após uma reclamação conjunta do Uber Eats e do Rappi.

 

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