China: tom agressivo de Bolsonaro afasta investimento
Não é e hoje que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem dado declarações agressivas em relação a China. Não só ele, outros integrantes do governo seguem o mesmo caminho. Neste cenário a China, que é o maior parceiro comercial do Brasil, tem se afastado comercialmente do país. As informações são do iG.
O que pode ser ainda mais problemático para economia do país e para a pandemia da Covid-19, já que a China detém os insumos para produção da vacina no Brasil.
Outros setores como de energia, transporte e tecnologia também estariam sendo impactados. Além do Brasil amargar o cancelamento de reuniões nas câmaras de comércio, quando foi dito que a China estaria tirando vantagem econômica com a pandemia.
Ao Uol, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC), Charles Tang, afirmou que cada comentário de Bolsonaro gera uma insegurança.
“Se tem negócio suspenso por causa das posições do governo sobre a China? Vou responder dando um exemplo. O mundo inteiro está correndo para ajudar a Índia. A China mandou milhões de vacinas para a Índia. A China não está correndo para ajudar o Brasil. Por que ajudou a Índia e não o Brasil?”, questionou.
A China é, até então, o maior parceiro comercial do país. Para se ter uma ideia, no ano passado foram investidos US$ 35,4 bilhões em exportações de produtos do Brasil.
Confira abaixo outras polêmicas já ditas em relação a China por representantes governo brasileiro.
Guedes protagoniza polêmica e diz que foi mal-entendido: “Nós somos muito gratos à China”
Ainda no mês passado, o ministro da economia, Paulo Guedes, teria dito que os chineses “inventaram o vírus” (em referência a Covid-19) e ainda opinou que a vacina criada nos Estados Unidos é mais eficaz.
Após a declaração, Guedes se pronunciou na noite do mesmo dia dizendo que tudo não passou de um mal-entendido. “Essa que foi a imagem infeliz, que eu falei ‘inventado’. Não é inventado, nós sabemos que teve uma região de onde o vírus veio. […] Você sabe que na China teve gripe aviária, teve a gripe suína e teve agora a Covid-19. São vírus que a população da China já foi exposta a isso, e foi nesse sentido que eu disse”, disse o ministro na tentativa de se explicar.
Quanto a comparação entre as vacinas, ele disse que na realidade a intenção era dar ênfase ao setor privado e não comparar as vacinas. “Uma coisa que vem de fora, atinge uma economia de mercado forte como os Estados Unidos e encontra empresas com Pfizer, que tem capacidade de pesquisa, estão há 50, 100 anos investindo em capacidade de pesquisa, eu quis dar a importância do setor privado de como ele consegue produzir resposta”, disse. “Mesmo um vírus desconhecido, que veio de fora, eles conseguiram fazer uma vacina que parece mais eficaz ainda do que a da região de onde saiu o vírus. Foi só essa a imagem que eu quis usar”, continuou o ministro.
Mesmo antes desta declaração de Guedes, é possível afirmar que relação diplomática com a China já estava abalada. Um dos grandes impasses aconteceu quando o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), em publicação no Twitter, afirmou que a China estava escondendo informações da Covid-19 propositalmente.