As Olimpíadas de Tóquio já passaram, mas os atletas sempre vão continuar a treinar para o próximo ciclo olímpico. Mais do que nunca, atletas se preparam para se adaptar às adversidades e chegar aos jogos no ápice da forma física. A tecnologia no esporte surge como uma aliada e não é de hoje que está sendo utilizada para ajudar no desenvolvimento do atleta.
O futebol é a área em que a análise de dados se destaca. O time inglês Liverpool, por exemplo, estabeleceu uma forte estratégia de big data para aumentar a taxa de vitórias do time. Baseada em controle de campo, o departamento de dados do clube consegue estabelecer, durante o jogo, qual a probabilidade de gol em uma jogada.
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A cor vermelha no gráfico abaixo apresenta o controle que os jogadores do Liverpool têm em campo. Se o time adversário quer manter a posse de bola, o mais seguro a se fazer é fugir das partes em vermelho e tocar para quem está na parte azul.
Ao combinar dados de evento e rastreamento, o Liverpool consegue obter previsões de possíveis jogadas e até mesmo a probabilidade de um gol. Tim Waskett, membro da equipe de ciência de dados do Liverpool, explicou em uma matéria do próprio site do clube, como funciona essa previsão. Atente-se a este segundo gráfico, em que o time vermelho é o Liverpool e as áreas em vermelho são os lugares em que eles podem chegar antes dos adversários (em azul):
De acordo com Waskett, a partir dos dados de localização e a velocidade dos jogadores envolvidos, a probabilidade de um gol a ser marcado nos próximos 15 segundos é de 1,3%. Com esses dados em mãos, o técnico do time pode tirar vantagem sobre os concorrentes e tirar vantagem em jogadas futuras. Na temporada 2019/20, em que a matéria foi produzida, o Liverpool sagrou-se campeão do Campeonato Inglês (Premier League) após 20 anos sem o título.
Tecnologia no esporte aquático: vela usa dados para melhorar treinamento
No iatismo, esporte popularmente chamado de vela, os dados também são bastantes utilizados. Ao contrário do futebol, não é permitido colaboração externa durante a competição, mas os atletas podem usar tecnologia durante o treino e conferir os dados após as regatas.
Desde 2016, a Seleção Alemã de Vela utiliza sensores colocados na água para medir a velocidade e a força da correnteza. Um rastreador GPS também é colocado no barco para estimar as melhores manobras a serem feitas a depender do clima. Um software na nuvem faz o processamento dos dados.
A intenção da tecnologia no iatismo é fornecer aos atletas mais conhecimento. Diferente do que se imagina, a vela é um esporte de habilidade, não de velocidade. Ganha quem erra pouco e acumula menos pontos. Por isso, a experiência é um fator decisivo na tomada de decisão.
Com a análise de dados, a expectativa é diminuir a diferença para os velejadores menos experientes. Como resultado, a seleção alemã conseguiu a medalha de bronze na categoria 49er nos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Tecnologia em outros esportes
Também há outras modalidades que utilizam a análise de dados para conseguir melhores resultados:
- Natação: Com câmeras instaladas nas piscinas, é possível congelar a imagem e analisar o movimento que o atleta executa, permitindo a detecção de pontos a serem melhorados.
- Fórmula 1: A competição exige a tomada de decisão rapidamente, já que cada milésimo de segundo faz a diferença entre ganhar ou perder. A categoria utiliza softwares para processar os dados em tempo real e criar análises preditivas em larga escala.
- Atletismo: A partir dos dados de características físicas e testes de provas, é possível estabelecer o potencial de atletas entre 10 e 16 anos. Com a análise correta, pode-se controlar não só o tipo de treinamento e modalidade em que o adolescente pode praticar, mas também como potencializar seu desenvolvimento físico.
- Tênis de mesa: Um software de vídeo é utilizado para melhorar a performance de atletas.