As tecnologias que transformaram a experiência dos atletas nas Olimpíadas de Tóquio 2020

Inteligência artificial, 5G e robótica contribuíram para um evento mais moderno e conectado e ajudaram a aliviar a ausência de público

Associar o Japão à tecnologia é um movimento comum e não foi diferente com os Jogos Olímpicos Tóquio 2020. Mesmo sem a presença do público devido à pandemia do novo coronavírus, as ferramentas baseadas na inteligência artificial e Internet das Coisas (IoT) auxiliaram atletas e comissões na experiência olímpica. 

Quem aproveitou bem a infraestrutura montada pela organização foram os mais de 11 mil atletas que passaram pelo país para competir. Eles puderam utilizar o 5G, nova tecnologia de banda larga que permite mais velocidade de Internet e menos latência, que é a diferença de tempo na comunicação entre dispositivos conectados.

LEIA MAIS:

Tecnologia no esporte: como a análise de dados aumenta o desempenho de atletas

Em quatro anos, 35% das conexões móveis serão 5G no Brasil

A infraestrutura 5G havia sido preparada principalmente para o público, mas sem a presença dele, os atletas puderam abusar de aplicativos como Twitter, TikTok e Instagram para interagir com seu público a distância. 

“Seja com postagem nas redes sociais ou os aparelhos disponíveis na Vila Olímpica, e até mesmo o painel com conexão direta com seus familiares dentro das arenas, a tecnologia esteve presente e dando uma prévia do que poderemos encontrar mais facilmente nos próximos anos”, afirma Emerson Zarour, diretor de inovação da MV, empresa de tecnologia para saúde. 

Mais inovação nos Jogos

O uso da tecnologia tem ajudado os esportes a serem mais precisos e justos, mas foi somente em 1948, em Londres, que houve a inauguração do photo finish, aquela foto tirada no momento em que os velocistas atravessam a linha de chegada. Hoje em dia, duas câmeras filmam a linha de chegada e mandam a imagem para um computador, que divide a imagem em linhas. Cada uma delas indica visualmente um intervalo de tempo de até 0,5 milésimo de segundo para indicar o vencedor. 

Nos jogos de Seul, em 1988, foi a vez da dos sensores na parede das piscinas para indicar a chegada dos nadadores. Já em esportes como vôlei, badminton e tênis, câmeras e inteligência artificial contribuem para que fique claro quando a bola caiu dentro ou fora de quadra, ou mesmo se resvalou em alguém antes de sair.  

Mas essas tecnologias já são utilizadas há algum tempo. Em Tóquio, além do advento do 5G, existem outras ferramentas que já são conhecidas nossas, mas que não estavam presentes no Rio de Janeiro em 2016. O reconhecimento facial, foi uma ferramenta utilizada para evitar fraudes e trazer maior segurança. Através da nuvem e inteligência artificial, foi possível identificar mais de 300 mil pessoas envolvidas nos Jogos, desde atletas até voluntários e funcionários da mídia.    

Também haviam robôs trabalhando nas olimpíadas. O FSR (Field Support Robot), por exemplo, é um assistente que deu as caras nos jogos de Rugby Sevens, levando a bola da partida da lateral até o centro do campo. O simpático robô também foi utilizado para levar alguns objetos para atletas no atletismo. 

As olimpíadas mais caras da história 

Toda essa tecnologia não foi barata para o Japão. Junto com ela e a criação de ginásios, estádios e outras infraestruturas para receber os Jogos, o custo total da olimpíada foi de mais de US$ 28 bilhões. O valor é quase 30% a mais que a segunda olimpíada com maior aporte financeiro, realizada em 2014, na Rússia, de acordo com um levantamento do CupomValido.com.br. O levantamento considera os jogos de verão e inverno.

O alto custo do evento está relacionado ao estouro do orçamento previsto inicialmente, que aumentou em três vezes o custo inicial. O adiamento dos Jogos por causa da pandemia de covid-19 também foi um dos motivos, já que estima-se uma perda de mais de US$ 5,7 bilhões com gastos adicionais com manutenção, reorganização do evento e custos de cancelamentos e reembolsos de ingressos. 

No entanto, a tecnologia também ajudou o Japão a economizar, pelo menos um pouco. As medalhas que os atletas levaram para casa eram feitas a partir de materiais eletrônicos reciclados, como computadores, celulares e video-games. Na campanha realizada pelo país, foram obtidas 78 toneladas de equipamentos, resultando em 32 quilos de ouro puro, 3,5 mil quilos de prata e 2,2 mil quilos de cobre, que depois foram utilizados para a fabricação das medalhas. 

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.