Após denúncias de interferência no Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o Tribunal de Contas da União (TCU) deu início a uma investigação nesta sexta-feira (19). O Inep é uma autarquia federal ligada ao Ministério da Educação (MEC).
O objetivo do procedimento é analisar as denúncias referentes à gestão do atual presidente da autarquia, Danilo Dupas. A abertura da investigação foi motivada por representação feita por parlamentares e na qual os deputados apresentam críticas à gestão do órgão. Desse modo, em um primeiro momento, o TCU deve analisar se a representação procede.
De acordo com o TCU, a investigação do TCU contará com a relatoria do ministro Walton Alencar Rodrigues.
Ainda de acordo com informações dadas pelo TCU em seu site, a representação busca a apuração de “Possíveis irregularidades na organização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021, especialmente acerca de fragilidade técnica e administrativa relacionadas às interferências na gestão do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)”.
Demissões e fala de Bolsonaro
Uma possível crise no Inep se tornou pública no início deste mês após dezenas de funcionários da autarquia solicitarem demissão. Cerca de 35 servidores pediram desligamento dos seus cargos, alegando como motivação a “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima” do órgão.
Além disso, os servidores mencionaram episódios de assédio moral. Segundo eles, “não se trata de posição ideológica ou de cunho sindical”. Diante disso, a Câmara solicitou explicações a Dupas, que negou as acusações de assédio e afirmou que o assunto das demissões seria ‘uma questão interna’.
O pedido de demissão conjunta gerou questionamentos sobre a realização do Enem, cujas provas acontecerão nos próximos dias 21 e 28 de novembro. No entanto, o MEC negou problemas e afirmou que o exame está mantido.
Na última segunda-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que as questões do exame começam a ter “a cara do governo”. Posteriormente, ele negou ter acesso às provas, mas as afirmações geraram suspeitas de interferência no Enem.
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, nega suposta interferência. De acordo com ele, o Enem terá a “cara do governo no sentido de competência, honestidade, seriedade”.
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