A jurista, professora e pós-doutora Cátia Regina Raulino faz sucesso nas redes sociais, em plataformas por meio das quais vende cursos na área tributária.
Diante de seu extenso currículo, cujo conteúdo é passível de consulta mediante a Plataforma Lattes, Cátia coordenou o curso de Direito de uma faculdade em Salvador, onde ministrou aulas de Direito Administrativo e Direito Tributário.
No entanto, a “jurista” está tendo seus títulos contestados.
Assim, após acusações e supostas incongruências em seu currículo, veículos de imprensa dizem que há a suspeita de que ela tenha mentido sobre os cursos que fez.
Além disso, matérias jornalísticas informam que as universidades citadas por ela não a reconhecem como discente.
Diante disso, atualmente, o Ministério Público da Bahia está investigando o caso.
Currículo
Em que pese a atualização de seu currículo Lattes nesta quinta-feira, 20/08/2020, ainda constam as seguintes informações:
- Doutorado em Administração pela UFBA (2014-2018) – sem nome de qualquer orientador;
- Mestrado em Direito pela UFSC (2008-2010), que teria recebido orientação de Márcio Roberto Harger (falecido em 2015); e
- graduação em Direito pela UFMA (2003-2007).
No entanto, consultadas pela imprensa, a Universidade Federal da Bahia diz que ela não realizou doutoramento, mestrado ou graduação naquela instituição.
Outrossim, a UFSC afirmou que não localizou o nome Catia Regina Raulino em registros de curso de graduação pós graduação na Universidade.
Por sua vez, a UFMA corroborou não constar em seu sistema qualquer informação dessa pessoa como aluna da UFMA e, tampouco, sua colação de grau nos anos de 2003 a 2007.
Por fim, a UFPE disse que “nada consta referente a Catia Regina Raulino” e que “não procede” a informação de que ela teria cursado pós-doutorado em Direito Público na instituição.
Não obstante, uma estudante de Direito acusou a suposta jurista, que foi sua professora, de plagiar um de seus trabalhos em reportagem da Record.
Redes Sociais
Diante disso, a professora teria angariado expressivo número de seguidores nas redes sociais, onde divulgava vídeos e fazia “lives” sobre Direito.
Contudo, nesta quinta-feira, 20, o perfil @pro_catiaraulino consta como “excluído” no Instagram.
Assim, resta apenas um perfil “pessoal” de visualização privada.
Ademais, no Twitter, o endereço @ProCatiaRaulino também aparece como inexistente.
Finalmente, contatada pelo Metro1 para responder às acusações, ela negou que tenha cometido os delitos.
Ao ser questionada sobre as pós-graduações, respondeu o seguinte:
“Eu prefiro não continuar, não afirmar nada nesse sentido. Sei o teor que diz que eu não tenho nada. Quero me resguardar nesse momento. Estou no processo de separar documentação.”