STF nega mais um pedido para barrar PEC que aumenta auxílios

STF nega mais um pedido para barrar PEC que aumenta auxílios

Ministro André Mendonça negou mais um pedido de parlamentares para barrar a tramitação da PEC que pode elevar valor do Auxílio Brasil

Nesta terça-feira (12), o Supremo Tribunal Federal (STF) vetou mais um pedido para barrar a tramitação da chamada PEC dos Benefícios. Trata-se do texto que está em tramitação na Câmara dos Deputados e que prevê, entre outros pontos, o aumento nos valores do Auxílio Brasil e do Vale-gás nacional, além da criação de outros projetos.

Desta vez, o pedido foi enviado pelo deputado federal Alexis Fonteyne (NOVO-SP). Ele enviou o pedido ao STF alegando que a tramitação da PEC era inconstitucional. O parlamentar disse ainda que o Governo Federal não teria o poder de iniciar pagamentos de novos benefícios em pleno ano eleitoral, como Jair Bolsonaro (PL) pretende fazer.

No entanto, o argumento não convenceu André Mendonça. “Tenho que a autocontenção judicial deve nortear a atuação jurisdicional da Suprema Corte em tais casos, de modo que seja evitada, ao máximo, a prematura declaração de invalidade de ato legislativo ainda no seu processo de formação”, disse o Ministro.

Em resumo, o Ministro do STF disse que não há nenhum trecho da PEC que possa ser considerado inconstitucional neste primeiro momento. É basicamente a mesma declaração que o mesmo Ministro deu para os outros pedidos de parlamentares para barrar a PEC. Mendonça afirma que se o Governo sair das linhas constitucionais, aí sim o Supremo poderia agir.

A tramitação da PEC dos Benefícios no Congresso Nacional é polêmica. Parte dos parlamentares afirmam que o Governo estaria cometendo crime ao supostamente não respeitar a Constituição. Por outro lado, aliados do poder executivo afirmam que não há nenhum trecho nesta PEC que possa ser visto como inconstitucional.

O que diz a PEC

Entre outros pontos, a PEC dos Benefícios prevê o aumento dos valores do Auxílio Brasil e do vale-gás nacional. Em tese, a elevação poderia estourar o teto de gastos públicos. Assim, alguns parlamentares afirmam que o ato poderia ser visto como uma espécie de crime de responsabilidade fiscal.

Todavia, o Governo se defende afirmando que pretende inserir neste dispositivo o chamado botão de emergência. Em situação de calamidade, o país não mais teria obrigação de respeitar o teto de gastos públicos. Foi o que aconteceu em 2020, por exemplo.

Outro ponto bastante criticado por opositores é a criação de novos auxílios para caminhoneiros e taxistas. Ao pé da letra, a Lei das Eleições impede o pagamento de novos benefícios sociais em anos de eleição, como é o caso de 2022.

No entanto, o Governo Federal alega que o mesmo botão de emergência libera o Planalto a não mais precisar respeitar a Lei. Em tese, como o país estaria em situação de calamidade, poderia criar novos programas para ajudar as pessoas.

PEC no STF

Nos últimos dias, o Governo Federal vem conseguindo vitórias no STF quando o assunto é a PEC dos Benefícios. Na última quinta-feira (7), por exemplo, o Ministro André Mendonça também negou um pedido do deputado Nereu Crispim (PSD-RJ) para parar a tramitação da PEC.

No entanto, o parlamentar já adiantou que entrou com um pedido de revisão da decisão. Nesta segunda-feira (11), ele enviou um ofício pedindo para que o Ministro reconsidere a sua decisão, ou ao menos permita que o colegiado do STF vote sobre o assunto.

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