A Shein é uma empresa chinesa de comércio eletrônico, a qual se popularizou muito no Brasil nos últimos tempos. Isso porque a empresa conta com peças de roupa muito baratas e práticas comerciais pouco usuais, o que a colocou na frente das empresas brasileiras do ramo.
No entanto, agora a Shein tem uma nova preocupação para o mercado brasileiro, pois uma nova concorrente irá atuar no país até o final do ano. Trata-se da Temu, empresa de e-commerce chinesa lançada em setembro do ano passado pelo grupo chinês Pinduoduo, e que vende os mais variados produtos. A Temu vende desde roupas até utensílios domésticos, tudo com preços muito baixos.
Além disso, a Temu já atua no mercado norte-americano, possuindo capital aberto na Nasdaq (Bolsa de Valores americana), sendo estimada em US$ 100 bilhões, e contando com aproximadamente 900 milhões de usuários na China. Dessa forma, em pouco tempo a Temu ultrapassou a Shein nos EUA como aplicativo de e-commerce mais baixado.
De acordo com a Bloomberg Second Measure, no mês de maio esta nova plataforma vendeu 20% a mais que a Shein nos Estados Unidos. A Bloomberg é uma empresa de análise de dados dos consumidores, analisando bilhões de transações de crédito e débito dos americanos.
Para se instalar no Brasil, a Temu está seguindo um “roteiro”, semelhante a outras empresas chinesas que vieram operar no país. Sendo assim, no começo deste ano, uma delegação de chineses da empresa veio visitar o país.
Em seguida, um grupo de chineses veio morar no Brasil, com intuito de começar a estruturação da operação de negócios. Desta maneira, até o final do ano, a Temu já deve começar suas vendas no país, em uma operação denominada “cross-border”.
Uma maneira de ganhar mercado rápido é a associação com influenciadores digitais, método que é utilizado por várias empresas, inclusive a Shein. Sendo assim, os influencers divulgam a marca, também vendendo produtos diretamente e ganhando comissões.
Essa tática já tem sido aplicada pela Temu em países como Estados Unidos, Canadá e México, nos quais a empresa já ganhou uma boa projeção nos últimos meses. Inclusive, esta será a estratégia aplicada no mercado brasileiro.
Esse recrutamento de influenciadores digitais chama a atenção do público para o aplicativo da Temu, que é o seu principal canal de vendas. Com isso, a empresa busca estar à frente da Shein nas lojas de apps.
A consultoria americana Marketplace Pulse fez um levantamento mundial sobre downloads de aplicativos de e-commerce, mostrando que a Shein não deve se preocupar com seu concorrente apenas nos Estados Unidos.
Segundo o levantamento, os aplicativos da Shein e Temu são os mais baixados em 25 das 50 maiores economias do mundo. Além disso, a Temu já está à frente da Shein em 12 desses mercados, sendo eles: EUA, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá, Austrália, Espanha, Holanda, Suíça, Áustria e Nova Zelândia.
De acordo com Juozas Kaziuk?nas, fundador do Marketplace Pulse, “Downloads não são receita, mas downloads indicam ambição”. Sendo assim, isso mostra que a Shein deve tomar cuidado com este novo concorrente, para que não perca o mercado de consumidores, inclusive no Brasil.